Fábio da Costa, advogado da família de Tainara Souza Santos, 31, afirma que ela está em estado grave. A mulher teve as duas pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por cerca de 1 quilômetro. O caso ocorreu nas proximidades de um bar no Parque Novo Mundo, na Zona Norte de São Paulo, e foi registrado como tentativa de feminicídio.
A vítima está entubada desde sábado (29), ela apresentou ligeira melhora no domingo (30), mas o estado de saúde ainda é considerado grave. Segundo o defensor da família, Tainara ficou presa ao pneu do veículo até que o carro chegou a um posto de gasolina, onde o corpo dela acabou se desprendendo.
O motorista, de acordo com a polícia, é Douglas Alves da Silva, 26. Ele foi preso na noite de domingo. O advogado de Tainara afirma que o suspeito teve um envolvimento amoroso com a vítima, mas que a relação não chegou a se tornar algo sério. “No sábado, ele teve uma crise de ciúmes porque ela estava conversando com outro rapaz e resolveu simplesmente sair e atropelar ela”, relatou o advogado. Segundo ele, a família desconhecia qualquer atitude agressiva ou possessiva por parte de Douglas antes do atropelamento.
O advogado acrescenta que, no dia em que Tainara estava no bar, a mãe dela também esteve no local e chegou a cumprimentar Douglas. “A mãe estava no bar, chegou e conversou com ele. Ela o reconheceu, já tinha o visto em algumas oportunidades com a filha. E ela simplesmente resolve ir lá e falar com ele tranquilamente e o cumprimentou […] Reclamação nenhuma em relação a ele”, afirmou.
O representante da família afirmou que conversou rapidamente com Douglas e o questionou sobre sua atitude contra Tainara. “Douglas alega que quis atropelar, mas nega que sabia que ela estava [presa] debaixo do carro. É mentira, ele sabia”, diz.
A reportagem não localizou a defesa de Douglas.
No dia do atropelamento, Douglas estava no carro com um amigo identificado como Kauan Silva Bezerra, 19. O jovem compareceu à delegacia para prestar depoimento sobre o caso. Segundo seu advogado, Matheus Lucena, Kauan relatou que ele e Douglas eram apenas “colegas de rolês”.
O advogado diz ainda que Kauan não percebeu o momento exato em que Douglas decidiu arremessar o veículo contra a vítima. “No instante da colisão, ele foi arremessado para frente, batendo a cabeça no painel. Somente após o impacto compreendeu o que havia ocorrido e, imediatamente, passou a gritar e golpear o painel, ordenando que Douglas parasse o carro”, diz o advogado.
Segundo ele, Douglas apenas parou o veículo após Kauan repetir diversas vezes que iria se jogar do carro caso não parasse. “Assim que o carro finalmente estacionou, Kauan desembarcou, visivelmente abalado, colocando as mãos sobre a cabeça diante do que havia presenciado. Nesse momento, Douglas voltou a acelerar, empreendendo fuga”, afirmou o advogado.
Douglas foi encontrado pela polícia em um hotel na Vila Prudente, zona leste de São Paulo. De acordo com a corporação, ele tentou reagir e tirar a arma de um agente, momento em que o policial atirou no braço dele. O suspeito foi levado para o hospital e, na sequência, foi para a delegacia.



