SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Nasa divulgou na terça-feira (23) imagens que a sonda a LRO (Orbitador de Reconhecimento Lunar, em livre tradução) fez do local em que o módulo japonês Hakuto-R se chocou contra a Lua.
A nave nipônica, fabricada pela empresa ispace, estava numa missão desde dezembro de 2022 e deveria ter pousado em solo lunar no final de abril.
A operação de colocar o Hakuto-R de forma delicada na Lua, porém, não deu certo. Segundos antes do momento previsto para o procedimento, a ispace perdeu contato com o módulo e admitiu que provavelmente havia ocorrido algum problema, de modo que o pouso suave não aconteceu como planejado. Uma das hipóteses levantadas pela empresa foi de problema no combustível.
Para decifrar o mistério, recorreram à sonda LRO. Acopladas a ela estão câmeras que constantemente registram a superfície lunar em imagens com resolução considerada alta para esse tipo de equipamento. Por essa qualidade, o equipamento da Nasa seria o mais indicado na tentativa de verificar o que ocorreu com a Hakuto-R.
A Nasa afirma que novos pontos na Lua foram verificados pelas imagens. Eles se diferenciam do que já era visível em fotos feitas antes do impacto e, por isso, podem ser crateras originadas pelo choque da nave com a Lua ou ainda partes do módulo japonês.
Segundo especialistas, o choque de fato deve ter deixado resquícios na superfície lunar –e é o que parece ter ocorrido, como pode ser visto pelas fotos da LRO. As imagens utilizadas pela Nasa foram feitas em 26 de abril, um dia depois do fatídico impacto do módulo japonês contra a Lua, exatamente no local que a nave da ispace iria pousar.
Os especialistas da Nasa analisaram dez imagens e verificaram uma superfície diferente na região lunar que o pouso teria ocorrido. Além disso, em uma dessas fotografias pode ser visto “pelo menos quatro pedaços proeminentes de detritos e várias pequenas alterações”, afirmou a Nasa, em nota.
Para o futuro, a Nasa espera fazer mais registros da região. “O local será analisado posteriormente nos próximos meses, pois a LRO terá a oportunidade de fazer observações adicionais sob várias condições de iluminação e ângulos de visão”, acrescentou a agência espacial.
SAMUEL FERNANDES / Folhapress