Novas orientações de arbitragem dividem técnicos no Brasil; veja frases

PORTO ALEGRE, RS (UOL/FOLHAPRESS) – As novas orientações da CBF para arbitragens em jogos do Campeonato Brasileiro dividem os treinadores do país. Enquanto há técnicos que aprovam, como Renato Gaúcho, do Grêmio, Mano Menezes, do Inter, critica

O QUE ACONTECEU

A CBF estabeleceu dois critérios básicos como novas orientações para arbitragem em jogos do futebol nacional.

O primeiro é a intolerância para reclamações, seja de jogadores ou membros da comissão técnica. Tais atitudes devem ser coibidas com apresentação de cartões amarelos e vermelhos.

O segundo ponto é a padronização do período de acréscimos ao ‘estilo Copa do Mundo’, recuperando os minutos perdidos com atenção.

O QUE DISSERAM OS TREINADORES

“Nunca gostei muito da determinação da arbitragem se esconder atrás do cartão para punir os componentes de um jogo. Hoje eu assisti Tottenham x Liverpool, da Premier League, foi 4 a 3 e um jogaço. Os jogadores reclamaram, o treinador reclamou, e nada aconteceu. Por que no Brasil acontece? A arbitragem brasileira não protege o futebol, ela protege o árbitro. Isso é muito ruim. Na semana passada eu escutei o Leonardo Gaciba, que foi chefe de arbitragem, dizendo que no nosso gol contra o Flamengo o jogador deveria ser advertido por tentar enganar o árbitro. Isso nos anularia um golaço para proteger o árbitro. Todo mundo sabe que ali não era pênalti, ninguém iria reclamar, ninguém iria cobrar, mas existem coisas normais no futebol. Quando o jogador se prepara para receber um choque e ele não vem, o jogador cai. Ninguém tentou levar vantagem ali. Mas o árbitro não pode ser contestado. Não é bom para o futebol. Quando há exagero, tem de ser punidos, todos. Mas não pode ser isso que norteia o futebol. Treinador na Europa não reclama? Reclama sim. Jogadores também”, disse Mano.

“Sobre os acréscimos, o árbitro também tem uma parcela importante de culpa sobre o jogo não andar. Se ele não parar o jogo quando vê que o jogador se joga e não tem chance de ter algo, o jogo anda. É só ele deixar a partida rolar que o jogador se levanta na hora. Se ele não parar para dar atenção a quem não tem chance de ter nada, não precisa de tanto acréscimo. Outra coisa que temos que pensar é como vamos fazer a preparação física. Você sabe quantos jogos a mais teremos em tempo se tivermos 15 minutos de acréscimos por jogo? Oito jogos a mais. Eu fiz a conta. Já não é suficiente, no calendário do Brasil, jogar 70, 80 jogos? Como fica a preparação? Vai suportar isso? Vamos ter mais lesões? Quem vai preparar para isso? São coisas que deveríamos discutir numa profundidade maior. Nós, todos os envolvidos no espetáculo”, opinou o colorado.

“Quanto aos acréscimos, acabou o negócio de cera. Tenho de dar os parabéns a CBF. Quem quer jogar, joga. Parabéns pelos cartões também. Acabaram as reclamações na beira do campo, de jogador reserva, comissão. Se eu pisar na bola, tenho que tomar cartão também. Você vê que os jogadores respeitam mais a arbitragem. Tem o VAR. Estava sendo vergonhoso em todo o Brasil o que todos os jogadores estavam fazendo. Caindo, o goleiro caindo em bolas a vinte metros de distância do gol. Parabéns à CBF. Tem que continuar assim. Se tiver que dar 20 minutos, tem que dar, até contra a minha equipe. Meu time não faz cera, mas às vezes acontece. Na minha opinião, melhorou muito na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro. Tem que deixar a arbitragem trabalhar porque eles receberão as críticas depois também”, pontuou Renato.”Vou pedir para colocarem uma algema nas costas, para eu estar só assim [com os braços atrás do corpo]. Fazer o que o João [auxiliar] fez [fechar a boca com um plástico], não, porque eu tenho que falar. Tem que perguntar a quem decidiu e por que decidiu. Não queria falar muito mais dos árbitros, já chega. Eu também fui torcedor, né? Quando via o treinador com os braços assim [braços cruzados], quieto… Dizia: Faz qualquer coisa, mexa os braços, gesticula, está aí parado, parece que não tem sangue. Mas, se as leis são essas, quem está errado sou eu”, disparou o palmeirense Abel Ferreira.

“Há regras para serem cumpridas. Se elas forem de forma igual, não há problema, desde que todos os árbitros tenham os mesmos critérios com todas as equipes. Para mim está tudo bem. Mas, se não tiver, está tudo mal. Regras são sempre boas, desde que venham melhorar o jogo e iguais para todos. Não permito que ninguém intervenha na minha equipe, não admito. Só isso, nada mais”, ponderou Luís Castro, do Botafogo.

MARINHO SALDANHA / Folhapress

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