O novo comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Ronaldo Miguel Vieira, tomou posse nesta terça-feira, 2, e disse que vai focar no combate a roubos e furtos no Estado, que tiveram alta de 7,4% e 28%, respectivamente, na comparação com o ano passado. Ele ainda prometeu manter o uso de câmeras em uniformes de policiais, medida que teve bons resultados, mas que divide pré-candidatos ao governo estadual.
A troca dos comandos da PM e da Polícia Civil são uma tentativa do governador Rodrigo Garcia (PSDB) de dar uma resposta rápida ao problema. Recentemente, o jovem Renan Silva Loureiro, de 20 anos, foi morto a tiros no Jabaquara, zona sul paulistana, após ser assaltado por um falso entregador.
O novo comandante afirmou que já estão sendo feitas reuniões no Palácio dos Bandeirantes junto com a Polícia Civil, com os aplicativos, para se chegar a um consenso sobre como melhor combater esses crimes praticados por falsos entregadores.
Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que, no 1º trimestre deste ano, o número de roubos aumentou 7,45%, ante o mesmo período do ano passado. Já os furtos cresceram 28,5% no mesmo período. “A gente tem de usar indicadores criminais para, onde tem a mancha criminal, atuar”, disse Vieira.
O comandante da PM reforça, em meio a isso, que duas frentes principais devem ser conduzidas neste momento. “A gente tem a parte dos indicadores, que temos de combater, e o principal também: a percepção de segurança da população (…) A gente tem de mostrar para a população que a Polícia Militar está presente”, reforçou.
O novo comandante da PM disse também ser a favor do uso de câmeras portáteis em uniformes de policiais, medida que tem aparecido em debates políticos. Como mostrou o Estadão, a maioria dos pré-candidatos ao governo paulista tem adotado um tom crítico em relação ao uso de câmeras acopladas ao uniforme de policiais militares. “Vamos continuar com o programa, vamos implementar, ter avanço”, ressaltou Vieira.
O comandante-geral reforçou que, desde 2014, a corporação estuda e planeja a implementação das câmeras. Para isso, explica, atuaram desde comissões de mitigação de risco a membros da Corregedoria da polícia. “Não temos comprometimento nenhum com o erro, não temos o menor problema de cortar da própria carne”, disse.
Entre os benefícios de os policiais utilizarem as câmeras, apontou Vieira, estão a facilidade para localizar agentes para envio de reforço e também a proteção provida contra eventuais fraudes. “O policial vai ter que estar sempre se aperfeiçoando, porque ele vai estar protegido pela COP (câmera operacional portátil), mas também a COP vai estar cobrando a atitude profissional dele”, disse Vieira, que confirmou ainda que haverá ampliação do programa.
jornal O Estado de S.Paulo