Números atualizados mostram que ao menos 46 pessoas, incluindo 12 menores de idade, morreram na madrugada desta terça-feira, 23, na Bulgária, quando o ônibus em que viajavam sofreu um incêndio em uma rodovia, e muitos passageiros ficaram presos dentro do veículo. Sete pessoas que saltaram do ônibus em chamas foram levadas às pressas para o hospital em Sófia, capital do País, e estavam estáveis. Autoridades não informaram a identidade das vítimas.
O ministro do Interior, Boyko Rashkov, disse que os corpos estavam “agrupados e transformados em cinzas”. “A imagem é apavorante, apavorante. Nunca vi nada parecido antes”, disse.
A causa do acidente não foi esclarecida, mas o ônibus parecia ter atingido uma barreira na rodovia antes ou após pegar fogo, apontaram as autoridades locais.
A maioria das vítimas era procedente da Macedônia do Norte, onde o ônibus estava registrado, informou o primeiro-ministro do país, Zoran Zaev.
Ele viajou imediatamente para Sófia e se encontrou no hospital com os sete sobreviventes da tragédia. Foi o mais grave em uma rodovia europeia na última década. A polícia informou que grande parte das vítimas pertencia à minoria albanesa.
“É uma grande tragédia”, disse Zaev. “Doze vítimas tinham menos de 18 anos, cinco eram crianças. As demais tinham entre 20 e 30 anos”, completou.
O veículo retornava para Skopje, capital da Macedônia do Norte, depois de uma viagem à Turquia.
A tragédia aconteceu às 2 horas locais (6 horas, no horário de Brasília), em uma rodovia próxima do município de Bosnek, 40 km ao sul de Sófia, informou o comissário Nikolay Nikolov. De acordo com os sobreviventes, quase todos dormiam quando aconteceu uma explosão, relatou Zoran Zaev.
Os sete sobreviventes viajavam na parte final do ônibus e conseguiram quebrar uma das janelas para fugir das chamas. “Os sobreviventes pertencem à mesma família e, entre eles, está uma adolescente de 16 anos”, relatou o ministro da Saúde da Macedônia do Norte, Venko Filipce, que também se dirigiu para a Bulgária.
Passageiros traumatizados
“O motorista morreu na hora, então ninguém conseguiu abrir as portas para permitir que os passageiros escapassem das chamas”, disse o chefe de polícia, Stanimir Stanev.
O ônibus bateu contra uma cerca de segurança por um motivo ainda desconhecido. A rodovia passou por reformas recentemente, graças a recursos da União Europeia (UE). A Bulgária integra o bloco desde 2007.
“Os sobreviventes estão traumatizados. Perderam parentes, os filhos. Conseguiram pular pelas janelas”, disse Maya Arguirova, diretora do centro de tratamento para pessoas com queimaduras graves que recebeu os feridos.
O último acidente grave com um ônibus na Bulgária havia acontecido em agosto de 2018, com o balanço de 17 mortes. O veículo sofreu o acidente durante uma forte chuva. No momento da tragédia, levava um grupo de turistas búlgaros para Sófia, após visita a um mosteiro.
País de 6,9 milhões de habitantes, a Bulgária registrou mais de 620 acidentes fatais nas estradas em 2019, e 463, em 2020. Este último número foi inferior à média, devido às restrições sanitárias que limitaram os deslocamentos no território.
Ainda assim, é uma das piores estatísticas da UE, provocada pelo estado precário das rodovias, pelos automóveis sem manutenção e com problemas mecânicos e pelo frequente excesso de velocidade na direção. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS. Redação O Estado de S. Paulo