O conceito de população desalentada é simples: trata-se de um grupo de pessoas que querem trabalhar, mas abrem mão de procurar emprego por entenderem que irão perder tempo, já que não encontrarão o que desejam. Muitos fatores contribuem para a desmotivação, entre eles estão a idade, a falta de qualificação profissional, a instabilidade do cenário econômico, a dificuldade de acesso aos grandes centros, a influência familiar entre outros.
De acordo com o Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), a pandemia contribuiu para acelerar o quadro de desalento da população, elevando a quase seis milhões o número de brasileiros que desistiram de procurar emprego, em 2020. A última pesquisa, no entanto, mostra um cenário bem menor, no entanto ainda preocupante, já que aponta para 4,8 milhões de desalentados no Brasil.
Para os técnicos no assunto, a retomada dos empregos representou um elemento fundamental na queda desses números. Entretanto, entendem que a política de juros altos, proposta pelo governo para conter a inflação, pode exercer um efeito negativo e reverter aos padrões de 2020. O grupo mais afetado está bem definido, são as mulheres, pretos e nordestinos. O estado do Maranhão é o que apresenta o maior número de desalentados no Brasil, 17,6%. Santa Catarina teve o menor número, abaixo de 1%