O suspeito de assassinar o influenciador e aliado de Donald Trump, Charlie Kirk, foi preso em Utah. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (12) pelo governador do estado, Spencer Cox, em entrevista coletiva. O acusado é Tyler Robinson, morador da região, que foi entregue à polícia por familiares.
Charlie Kirk foi morto aos 31 anos na quarta-feira (10), enquanto realizava uma palestra na Utah Valley University. Ele era líder da organização Turning Point USA, que teve papel crucial na mobilização de eleitores jovens para Trump nas eleições do ano passado.
Segundo a polícia local, Robinson foi denunciado por um conhecido da família na noite de quinta (11), a quem teria confessado ou dado a entender que havia cometido o crime. O governador detalhou que o jovem chegou à universidade às 8h29 do dia do atentado, cerca de quatro horas antes do disparo. No local, foram encontradas cápsulas com mensagens gravadas, entre elas: “Ei, fascista, pega essa”, “Se você está lendo isso, você é gay haha” e trechos da canção Bella Ciao, hino da resistência antifascista italiana na Segunda Guerra.
Cox afirmou acreditar que Robinson agiu sozinho. Ele está preso na cadeia do condado de Washington, no sul de Utah, onde morava com a família. O governador destacou ainda que o suspeito não tinha vínculo com a universidade. De acordo com parentes, Robinson havia se radicalizado recentemente, demonstrando forte ódio e interesse crescente por política. Teria inclusive comentado a ida de Kirk ao campus, deixando claro que não simpatizava com suas ideias.
Investigadores também ouviram o colega de quarto do acusado, que autorizou a polícia a acessar mensagens de Robinson no Discord. Nelas, o jovem teria mencionado etapas para conseguir um fuzil.
O diretor do FBI, Kash Patel, afirmou que as investigações continuam em andamento. Já o promotor do condado de Utah disse que apresentará a acusação formal na próxima terça-feira (16), quando Robinson deve comparecer pela primeira vez ao tribunal.
Mais cedo, o presidente Donald Trump já havia anunciado a prisão do suspeito. Em entrevista rede Fox News, o presidente classificou o crime como hediondo e defendeu a pena de morte para o acusado. Em outro momento, Trump afirmou que a radicalização da direita seria consequência do combate ao crime, colocando a esquerda como “o verdadeiro problema” dos EUA.
As autoridades divulgaram na quinta (11) um vídeo do suspeito de assassinar Kirk. Nas imagens, um homem com roupas semelhantes às divulgadas pelo FBI aparece pulando um telhado de cinco metros, derrubando e recolhendo um objeto, e depois fugindo da cena. Também foram publicadas fotos que mostram o suspeito com boné, calça escura e camiseta preta de manga longa estampada com uma águia, a bandeira americana e as frases “land of the free” e “home of the brave” (terra dos livres e lar dos corajosos), trechos do hino nacional dos EUA.
Robinson carregava uma mochila volumosa, mas não foi visto com armas nas imagens. O FBI confirmou ter encontrado, em área de mata, um fuzil de ferrolho (bolt action rifle) que pode ter sido usado no crime, além de impressões digitais.
Uma porta-voz da universidade, Ellen Treanor, informou que Charlie Kirk foi atingido no pescoço por um disparo cerca de 20 minutos após o início do debate que conduzia no campus. O tiro, disparado de um prédio a aproximadamente 180 metros de distância, provocou pânico entre os cerca de 3 mil participantes do evento.
Patel, o diretor do FBI, havia dito inicialmente que o atirador tinha sido preso e agradeceu a colaboração da polícia local, sem dar mais detalhes sobre a identidade do suspeito. Horas depois, entretanto, Patel recuou e disse que o suspeito detido foi solto após interrogatório. O governador, o republicano Spencer Cox, afirmou que havia “uma pessoa suspeita” detida, sem especificar. Cox afirmou ainda que o agressor agiu sozinho.



