A Organização Não-Governamental Oxfam propôs na noite de ontem no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, já madrugada no Brasil, a taxação “urgentemente” das grandes fortunas do planeta. A ONG alerta que os mais pobres estão sofrendo cada vez mais com a inflação e também com as fortes altas nos preços dos alimentos e da energia.
A Oxfam afirma que a pandemia do coronavírus fez disparar as ações das empresas de tecnologia negociadas em bolsa e criou um novo bilionário a cada 30 horas, ou seja, 573 novos ultrarricos. A Oxfam baseia seus números na classificação da revista Forbes das pessoas mais ricas do mundo e em dados do Banco Mundial.
Diante deste aumento da riqueza de uma minoria, 263 milhões de pessoas vão cair na pobreza extrema este ano. Para fazer frente a este problema, a ONG pede a adoção de medidas fiscais, como a adoção de um imposto de solidariedade único sobre a nova riqueza adquirida pelos bilionários durante a pandemia.
A Oxfam também propõe um imposto temporário sobre os lucros extraordinários obtidos nos últimos anos pelas multinacionais dos setores alimentício, farmacêutico e petroleiro, por exemplo.
Um imposto anual de 2% sobre os milionários e de 5% sobre os bilionários geraria 2,52 bilhões de dólares ao ano, segundo estimativas da organização, um montante que poderia tirar 2,3 bilhões de pessoas da pobreza extrema, distribuir vacinas suficientes para todo o planeta e dotar todos os países pobres de cobertura sanitária.
Depois de dois anos de encontros virtuais, o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, voltou a ser realizado presencialmente, com a Rússia banida e tendo como destaque a Ucrânia como convidada especial.
O Brasil será representado no Fórum Econômico Mundial pelo ministro da Economia, Paulo Guedes; pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; e pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano.