A presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria (SBGG), Naira Lemos, destacou, em entrevista ao jornalismo da Novabrasil, que a perda de contato com a família é o principal fator que leva muitos idosos à situação de rua. Ela lembra que a perda de trabalho, dificuldades financeiras e até uso de álcool ou drogas também contribuem para isso
Um levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, grupo ligado à Universidade Federal de Minas Gerais, revelou que o Brasil possui 23.693 idosos vivendo nas ruas de todo país, sendo 40% no Estado de São Paulo.
Apesar desses dados, a presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria declarou que “não há números precisos sobre o assunto, mas baseados apenas no critério de cadastro do CadÚnico, cadastro da União para pessoas em vulnerabilidade”.
Naira Lemos alerta ainda que a maioria é formada por pessoas que não envelheceram na rua, mas passaram à essa condição com o avanço da idade. Muitas resistem aos serviços de acolhimento ou mesmo à tentativa de retomar o contato com familiares.
Segundo ela, o papel de entidades como a SBGG é dar visibilidade a essas situações e participar do debate para melhorar as condições dessa população.
Ela lembra que alguns Estados têm políticas públicas pontuais, mas, em nível nacional, não há uma ação eficiente. Naira defende também uma política específica para idosos que vivem nas ruas. “É preciso delimitar essas questões sobre idosos que vivem nas ruas em lei. Com isso, se poderia implementar ações pelos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento e Assistência Social e pela própria Previdência”, complementa Naira Lemos.