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PF estima que fraudes no Banco Master podem chegar a R$ 12 bilhões

Informação foi divulgada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal | Andressa Anholete/Agência Senado
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal | Andressa Anholete/Agência Senado

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, calcula que as fraudes contra o sistema financeiro apuradas na Operação Compliance Zero, deflagrada nesta terça-feira (18), teriam movimentado aproximadamente R$ 12 bilhões. A declaração foi feita durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o crime organizado.

“Estamos fazendo uma operação importante, de forma conjunta com Banco Central e Coaf, para [investigar] um crime contra o sistema financeiro que leva à monta de cerca de R$ 12 bilhões”, afirmou Rodrigues.

Entre os alvos da investigação está o proprietário do Banco Master, Daniel Vacaro, que foi preso no Aeroporto de Guarulhos na noite desta segunda-feira (17). Também são investigados o presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Finanças e Controladoria da instituição, Dario Oswaldo Garcia Júnior. Ambos foram afastados das funções que exerciam no BRB.

Aos parlamentares, o diretor-geral adiantou que, já nas primeiras diligências do dia, foram apreendidos R$ 1,6 milhão em dinheiro vivo na casa de um dos investigados. Ele confirmou ainda que a operação levou a “várias prisões”.

Investigação

A Operação Compliance Zero é resultado de apurações iniciadas pela PF em 2024, com o objetivo de investigar e combater a emissão de títulos de crédito falsificados por instituições vinculadas ao Sistema Financeiro Nacional.

Essas instituições são suspeitas de criar falsas operações de crédito, simulando empréstimos e valores a receber. Elas teriam ainda revendido essas carteiras de crédito para outros bancos. Depois de obterem o aval contábil do Banco Central, substituíam esses créditos fraudulentos e títulos de dívida por outros ativos, sem a devida análise técnica.

O Banco Master é o principal foco da investigação, instaurada a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Em nota, o BRB negou as acusações e disse que “sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando, regularmente, informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre todas as operações relacionadas [às negociações de compra do] Banco Master”.

Banco Central

Diante do cenário, o Banco Central decretou, por meio de comunicado, a liquidação extrajudicial da Master Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Imobiliários.

O documento designa como liquidante extrajudicial, com “amplos poderes de administração e representação da sociedade”, a empresa EFB Regimes Especiais de Empresas; e, como responsável técnico, Eduardo Felix Bianchini.

Contexto

O Master ganhou notoriedade por adotar uma estratégia agressiva na captação de recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do Certificado de Depósito Bancário (CDI) para quem adquirisse títulos da instituição, uma promessa acima das taxas normalmente pagas por bancos de menor porte, que variam entre 110% e 120% do CDI.

As operações do banco com precatórios (títulos referentes a dívidas de governos com decisão judicial definitiva) também ampliaram as desconfianças sobre a situação financeira da instituição. Além disso, ao emitir títulos em dólares, o Master não conseguiu captar os valores esperados.

Na segunda-feira (17), o grupo Fictor, especializado em investimentos e gestão empresarial, anunciou a compra do Master.

A reportagem tenta contato com Paulo Henrique Costa, com Dario Oswaldo Garcia Júnior ou seus advogados, assim como com a defesa de Vacaro, e mantém espaço aberto para incluir seus posicionamentos.

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