Polícia investiga suspeita de estupro de dois meninos em circo no interior de SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil investiga a suspeita de estupro de dois meninos de 13 e 14 anos, em um circo que funciona no estacionamento de um shopping em Campinas (a 94 quilômetros de São Paulo).

O suspeito, de 20 anos, de acordo com o advogado de uma das vítimas, teria, em depoimento, admitido que manteve relações sexuais com os menores, o que é considerado estupro de vulnerável. A Polícia Civil não soube informar se ele já apresentou defesa.

As investigações estão em andamento na 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) da cidade do interior de São Paulo.

O Las Vegas Circus afirmou que repudia a conduta investigada. O Shopping Parque das Bandeiras, no Jardim Ipaussurama, informou que vai rescindir o contrato com o circo.

Segundo o registro da ocorrência, o crime ocorreu na última terça-feira (9), às 22h, dentro da bilheteria.

“A afirmação é do próprio autor, de que trabalha na bilheteria do circo. Ele teria levado os dois para dentro da bilheteria e teria feito o ato sexual com ambos os adolescentes”, afirma o advogado Fernando Figueiredo, que representa a família do adolescente de 14 anos e que afirma estar preparando os documentos necessários para representar a família do outro adolescente também.

Após o ato, o suspeito teria dado cerca de R$ 100 para os adolescentes dividirem.

O caso só foi descoberto no dia seguinte porque a mãe do adolescente de 14 anos questionou a origem do dinheiro. As mães dos dois foram até o circo para confrontar o funcionário, e a Polícia Militar foi chamada. Todos foram levados para a delegacia.

Em entrevista ao programa “Tá no Ar Campinas”, da Rede Família de Televisão, a mãe do adolescente de 14 anos disse que o filho revelou o abuso.

“Eu conheço meu filho, vi que tinha alguma coisa errada. Eu fui perguntar o que tava acontecendo, ele disse que fez uma coisa errada e me contou que o cara abusou dele. Eu entrei em contato com a mãe do outro menino para a gente ir lá no shopping. Procuramos o cara, ele veio até a mim e falou que achou que os meninos eram maiores. Mas qualquer um vê que eles são menores. Ele fez o que fez com as crianças e pra dar um cala boca deu um pouco de dinheiro pra cada um”, disse a mulher.

O advogado afirmou que os meninos teriam sido trancados na bilheteria e que as relações sexuais foram forçadas.

O menino de 14 anos, de acordo com Figueiredo, passou por diversos exames na semana passada e está recebendo medicamentos para evitar infecções sexualmente transmissíveis.

“Independente da situação, não há consentimento. Trata-se de estupro manter relações sexuais com menores de 14 anos. O inquérito está em segredo, mas a Polícia Civil e nós também vamos pedir as imagens de câmeras para entender exatamente como tudo aconteceu, disse o advogado, lembrando que a lei brasileira considera estupro qualquer ato libidinoso envolvendo menores de 14 anos.

O advogado reforçou que vai buscar a responsabilidade criminal do suspeito e apurar a responsabilidade do circo e do shopping.

Hermes Medeiros Jr., advogado do circo, não confirma se o suspeito era funcionário ou prestador de serviço do circo. “O circo tradicional de lona tem como seu principal patrimônio o riso da criança, a emoção da família. Esperamos que tudo se esclareça”, disse.

“O investigado não era nosso funcionário e não temos notícias do seu paradeiro. Prestador de serviços não é funcionário. Não reconhecemos vínculo empregatício”, respondeu.

O shopping Parque das Bandeiras, por sua vez, afirmou que apoia a investigação.

“O empreendimento informa ainda que não admite que qualquer ato de violência aconteça em suas dependências e reitera que já iniciou o procedimento de rescisão de contrato com o circo”, declarou.

Apurações estão em andamento. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), o homem se apresentou de forma espontânea, foi ouvido e liberado, pois a prisão não se enquadrou nas situações de flagrante previstas no artigo 302 do Código de Processo Penal. Mais detalhes serão preservados, segundo a secretaria, por tratar de crime sexual envolvendo menores de idade.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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