Três pessoas foram presas nesta sexta-feira (3) suspeitas de envolvimento na morte do advogado Luiz Fernando Pacheco, 51. De acordo com a a Secretaria da Segurança Pública (SSP), dois homens e uma mulher foram levados ao 4º DP (Consolação). A vítima morreu na madrugada de quarta-feira (1°) em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. A causa da morte ainda está sendo investigada, mas a principal suspeita é de latrocínio (roubo seguido de morte).
Vídeos de câmaras de segurança analisados pela polícia mostram um homem sendo atacado no cruzamento das ruas Itambé e Maranhão. Nas imagens, os investigadores notaram o momento em que um dos suspeitos segura em um poste de sinalização. Os agentes solicitaram perícia no local para coleta de fragmentos de impressões digitais que auxiliem na identificação.
O boletim de ocorrência sobre o caso, que possui cinco atualizações depois do registro inicial, não indica pertences que tenham sido roubados do advogado.
Na madrugada do crime, a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência na rua Itambé, após uma testemunha relatar que um homem passava mal, convulsionava e apresentava dificuldade para respirar. Quando chegaram ao local, os policiais encontraram Pacheco sendo atendido por uma equipe do Samu. Por estar sem documentos, ele foi registrado no boletim de ocorrência, a princípio, como uma pessoa em situação de rua. O advogado chegou a ser encaminhado para o Pronto Socorro da Santa Casa, mas não resistiu e faleceu.
A identificação de Pacheco ocorreu apenas no dia seguinte, depois que exames de impressões digitais realizados pelo Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt confirmaram sua identidade. No sistema da polícia, ele já aparecia como desaparecido, com boletim registrado no mesmo dia em que morreu
A polícia também pediu exame toxicológico para verificar a possível presença de metanol no corpo de Pacheco, após imagens de câmeras de segurança mostrarem o advogado deixando um bar pouco antes do crime. A solicitação ocorre em meio ao aumento de casos de intoxicação pela substância registrados no país nos últimos dias.
Luiz Fernando Pacheco foi um dos fundadores do grupo Prerrogativas. Em nota, o grupo lamentou a perda. “Estamos em luto. Ele era um dos advogados criminalistas mais brilhantes do país, da escola de Marcio Thomaz Bastos. Combativo, solidário e muito generoso, estava vivendo um momento muito feliz de sua vida, com a reconstrução do país, com a participação na gestão reeleita da OAB de SP e no grupo Prerrogativas. É uma perda muito significativa para toda a advocacia e para a sociedade brasileira”, diz o coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho.
Há mais de 20 anos atuando na esfera penal, Pacheco tinha iniciado sua carreira no escritório de Márcio Thomaz Bastos, no ano de 1994. Em 2000 tornou-se sócio do advogado, atuando em grandes causas como a do mensalão, em que comandou a defesa de José Genoino.



