A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quarta-feira, 20, a intenção de realizar uma edição extra do carnaval de rua, prevista para o fim de semana dos dias 16 e 17 de julho deste ano. Apesar da proposta, os blocos de rua ainda não deram certeza se irão aderir ao evento, batizado “Esquenta de Carnaval”, e alguns mantêm a intenção de desfilar durante o feriado prolongado de Tiradentes, a partir desta quinta-feira, 21.
A saída dos blocos neste feriado tem sido motivo de atrito entre os grupos que representam o carnaval de rua e a Prefeitura nas últimas semanas. De um lado, os produtores reclamam da falta de apoio da administração municipal; a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), por sua vez, alega que não teve tempo hábil para fornecer infraestrutura, logística de trânsito, segurança ou alvarás.
“Minimamente, o que a gente pede, é que não tenha transtorno depois de limpeza nas vias”, afirmou Aline Torres, secretária municipal de Cultura, sobre a decisão dos blocos de saírem neste feriado. Segundo ela, haverá um trabalho conjunto com a Secretaria de Subprefeituras para que seja feita a coleta do lixo após os desfiles dos próximos dias. “O que nos foi passado é que não há bloco em regiões centrais de tráfego. São pequenos e periféricos, em locais de bairro, e que não existe essa necessidade. Vamos ver isso de fato quando acontecer.”
Aline também negou que a Secretaria de Segurança Pública estivesse orientada ou autorizada a reprimir os blocos que decidirem desfilar. “Não existe, na gestão do prefeito Ricardo Nunes, nem em sonho, a possibilidade de alguma atividade reaça, truculência com qualquer manifestação cultural ou artística. Não é o perfil do prefeito e nem dos secretários da pasta.”
Logo após a reunião com a secretária de Cultura, o grupo que representa cerca de 50 pequenos blocos – grande parte dos blocos que sairão às ruas nos próximos dias – lamentou a realização do diálogo com a Prefeitura às vésperas do feriado. O pronunciamento contou com a presença da vereadora Luana Alves (PSOL).
Conforme os representantes de alguns blocos, como o Vai Quem Quer, os grupos que irão às ruas serão pequenos e sairão às ruas em todas as regiões da cidade. A ideia é não divulgar os itinerários antes para não causar superlotação, o que faria os blocos cancelarem os desfiles.
Sobre a proposta para fazer o carnaval em julho, o grupo disse que ainda é cedo para dizer se os blocos vão aderir. Eles argumentaram que isso irá depender das condições colocadas pela Prefeitura.
O grupo afirmou que, com a falta de diálogo, a Prefeitura jogou a responsabilidade de cuidar da infraestrutura dos desfiles nos blocos. Com isso, alguns deles têm se organizado para fazer acordos com comerciantes locais para venda de bebidas e utilização de banheiros.
Agência Estado