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Quem é Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba afastado do cargo após operação da PF

A medida tem efeito imediato, e o vice-prefeito, Fernando Martins da Costa Neto (PSD), assumiu a gestão municipal

Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba | Foto: Divulgação/Republicanos
Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba | Foto: Divulgação/Republicanos

O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), foi afastado do cargo nesta quinta-feira (6) por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região após pedido da Polícia Federal (PF). A medida tem efeito imediato, e o vice-prefeito, Fernando Martins da Costa Neto (PSD), assumiu a gestão municipal.

“Em conformidade com a legislação vigente e o princípio da continuidade administrativa, o vice-prefeito Fernando Martins da Costa Neto assumiu, nesta quinta-feira (6), o cargo de prefeito de Sorocaba, até que os fatos sejam esclarecidos, garantindo a plena continuidade dos serviços públicos e o funcionamento regular da Administração Municipal”, afirmou a Prefeitura de Sorocaba, em nota.

Graduado em marketing e conhecido pelo forte uso das redes sociais, Manga é um dos políticos mais populares do interior paulista. Reeleito em 2024 com 73,75% dos votos válidos, ganhou notoriedade pelos vídeos curtos e de tom popular no Instagram e no TikTok, que lhe renderam o apelido de “prefeito tiktoker”.

Manga, ou Rodrigo Maganhato, foi vereador por dois mandatos e presidiu a Câmara Municipal antes de chegar ao Executivo. Como presidente do Legislativo sorocabano, ele atuou diretamente para a cassação do então prefeito José Crespo, seu colega de partido, em 2017.

Antes da carreira política,  Manga foi dependente químico por 14 anos. Em meados de 2007, conseguiu se recuperar por meio da igreja evangélica e fundou uma ONG de reabilitação para usuários. Ele conta a história na biografia “Governe sua Vida e Transforme o Mundo” (2023).

Investigação da PF

A decisão judicial que afastou Manga do cargo está relacionada à segunda fase da Operação Copia e Cola, que apura supostos desvios de recursos públicos na contratação de uma organização social para gerir unidades de saúde da cidade.

Segundo investigações da PF, os contratos foram firmados de forma emergencial e teriam envolvido empresas fantasmas e subcontratações em série, o que dificulta o rastreamento do dinheiro. Uma dessas empresas estava sediada na avenida Paulista, em São Paulo, e recebeu R$ 1,5 milhão a título de plantões de serviços médicos.

O Ministério Público Federal (MPF) vê indícios de que a OS alvo da operação tenha sido criada com o propósito de fraudar licitações e desviar recursos da saúde. Os investigados poderão responder por peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Nesta etapa da operação, duas pessoas foram presas preventivamente, e sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos. A Justiça também determinou o bloqueio de cerca de R$ 6,5 milhões em bens dos investigados e a suspensão de funções públicas de alguns deles.

Segundo a PF, a análise do material apreendido na primeira fase da operação, realizada em 10 de abril de 2025, permitiu identificar novas pessoas físicas e jurídicas supostamente envolvidas no esquema, que são alvos das diligências realizadas hoje.

O que diz Manga?

Após a decisão judicial, o prefeito afastado utilizou as redes sociais para se pronunciar e afirmou que foi vítima de uma ação política.

“Acredite se quiser, me afastaram do cargo de prefeito. Eu aqui em Brasília, ontem eu fui em frente o Palácio da Justiça, falei que tem que colocar o Exército na rua, rodei o Congresso, os deputados me receberam super bem, falando: ‘Manga, cuidado, está aparecendo muito, estão tentando aí’. O que a gente ouve de bastidores é que os caras tentam tirar do jogo qualquer um que ameaça a candidatura deles e você tem sido uma ameaça, tanto na questão do Senado, como em outros cargos. Gente, não deu outra”, publicou em suas redes sociais.

1ª fase da operação

Manga já havia sido investigado na primeira fase da Operação Copia e Cola, deflagrada em abril deste ano. Na ocasião, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, inclusive na casa do prefeito, na sede da prefeitura e na Secretaria de Saúde, além do Diretório Municipal do partido Republicanos e da residência do antigo secretário de administração.

A investigação teve início em 2022, após suspeitas de irregularidades na contratação da OS Iase (Organização Social Instituto de Atenção à Saúde e Educação). Segundo a PF, foram identificados atos de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.

Em nota, a OS Iase disse que “prestará todos os esclarecimentos e colaborará com as autoridades” assim que tiver acesso à investigação, que está em segredo de Justiça. O partido Republicanos foi procurado, mas não respondeu até a publicação deste texto.

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