A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (21) a Operação Auditoria, que mira suspeitos de exerceram “cargos administrativos” da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e de coordenar mais de 80 pontos de venda de drogas na capital e em outros seis municípios da região metropolitana.
A investigação aponta que os suspeitos não apenas fiscalizavam as chamadas biqueiras, mas também cadastravam novos integrantes e aplicavam punições internas em casos de descumprimento das normas da facção. Entre os presos desta terça-feira estão dez “auditores” e sete “funcionários”, que atuavam nas áreas de “Recursos Humanos” e “Disciplina”. De acordo com a Polícia Civil, três dos detidos foram flagrados cometendo crimes.
De acordo o delegado Guilherme Leonel, responsável pela operação, apenas em um dos pontos de tráfico administrados pelos suspeitos, o PCC movimentou mais de R$ 700 mil em uma semana.
No total, foram expedidos 38 mandados de prisão e 110 de busca e apreensão, cumpridos nas cidades de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Suzano, Mogi das Cruzes e na capital paulista. A operação mobilizou 240 policiais.
A Polícia Civil divulgou que a investigação começou há mais de um ano, em razão ao tráfico de drogas na zona leste da capital. Em fevereiro, os policiais realizaram buscas em casas da região, mas os suspeitos conseguiram fugir. No entanto, eles deixaram para trás materiais que foram apreendidos e que deram início ao inquérito policial. As investigações identificaram oito pessoas ligadas ao esquema criminoso, todas integrantes do PCC, que foram presas após a expedição de mandados pela Justiça.
Um desses suspeitos era responsável por fazer a comunicação entre os 84 estabelecimentos, usados como “lojas” para a venda das drogas, segundo a polícia. Ele é acusado de atuar como um dos auditores, controlando a comunicação da facção por meio de aplicativos de mensagens.
Na segunda fase da operação, a Polícia Civil identificou outros envolvidos, incluindo auditores e pessoas responsáveis pelos setores de Recursos Humanos e Disciplina.
Durante a ação desta terça, além das prisões, os policiais apreenderam drogas, celulares, cadernos com a contabilidade do tráfico, documentos e dinheiro em espécie. Todos os detidos já tinham passagem pela polícia e ligação direta com a organização, conforme divulgado pela polícia.
Os agentes também identificaram locais com monitoramento por câmeras e pontos de tráfico, além de outros que ainda estavam em fase de teste e fariam parte da expansão do esquema.
Os casos foram registrados na 8ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco). As investigações continuam para identificar e prender os demais envolvidos.



