SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Paulo anunciou que vai liberar a vacina bivalente contra Covid, a partir de quarta-feira (26), para o público com 50 anos ou mais.
A gestão municipal afirma que recebeu 161 mil doses adicionais para ampliar a imunização. “Nossa rede está estruturada para vacinar toda a população com a dose da Pfizer bivalente, temos 470 UBSs preparadas para realizar a imunização. Como são mais de 9 milhões de pessoas acima de 18 anos na capital, vamos ampliar a vacinação conforme o recebimento de novos lotes”, disse o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco.
O Governo de São Paulo anunciou que começará, nesta quarta-feira (26), a distribuir 600 mil doses da vacina bivalente contra a Covid-19 para os 645 municípios. A quantidade é insuficiente para atender o público-alvo de 23 milhões de pessoas em todo o estado.
Nesta segunda (24), o Ministério da Saúde ampliou a vacinação com a dose de reforço bivalente contra a Covid-19 para toda a população acima de 18 anos.
Diante do anúncio, a Secretaria de Estado de Saúde diz ter solicitado mais imunizantes para o governo federal. Essas 600 mil doses, segundo a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), pertencem ao estoque do governo do estado.
“A pasta já solicitou novas doses ao MS e aguarda, com celeridade, o envio dos demais imunizantes pelo governo federal”, diz a nota da secretaria.
Diante da falta de vacinas, a campanha deverá começar de forma escalonada. As pessoas de faixas etárias mais altas terão prioridade.
“O que temos hoje em estoque, mais a quantidade já distribuída aos municípios anteriormente, é o suficiente para iniciarmos a imunização deste público, porém, é necessário que, o quanto antes, possamos receber uma nova remessa do ministério para abastecer os municípios e seguirmos com a imunização para toda população”, disse Tatiana Lang D’Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo.
Cerca de 97 milhões de brasileiros podem procurar as unidades de saúde. Cada estado deve definir como será o esquema de imunização.
Pode tomar a bivalente quem já recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes (Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer), respeitando um intervalo de quatro meses da última dose.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, mais de 3,3 milhões de doses foram aplicadas em todo o estado, uma cobertura de apenas 23% da população elegível.
Saiba mais sobre a vacina bivalente contra a Covid
O QUE É A VACINA BIVALENTE?
As vacinas bivalentes são versões atualizadas dos imunizantes contra Covid contendo a cepa original de Wuhan combinada com a variante ômicron, atualmente a predominante em todo o mundo.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial de duas formulações bivalentes da Pfizer (contendo as subvariantes BA.1 e BA.4/BA.5 da ômicron). A agência autorizou o uso dos imunizantes como reforços para pessoas com 12 anos ou mais.
QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS?
De modo geral, as vacinas atualizadas contra a ômicron mantêm o mesmo padrão de segurança que as formas monovalentes já autorizadas e utilizadas em bilhões de pessoas em todo o mundo.
Em geral, os efeitos mais comuns que foram reportados são dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dores no corpo (mialgia), febre e calafrios.
Tais efeitos também já foram reportados com os reforços das vacinas monovalentes e são considerados leves, com desaparecimento dos sintomas em até 24 horas.
A orientação dos profissionais de saúde nos postos de vacinação é para monitorar a intensidade dos efeitos e, se necessário, a utilização de medicamentos analgésicos comuns para tratamento.
Outros efeitos colaterais menos comuns e considerados moderados a severos podem incluir miocardite (inflamação do miocárdio), pericardite (inflamação do pericárdio), dores no peito, falta de ar e arritmia.
EXISTE ALGUMA CONTRAINDICAÇÃO DOS REFORÇOS BIVALENTES?
Nos estudos científicos, não houve nenhum efeito colateral das vacinas bivalentes diferente daqueles observados nas vacinas monovalentes, com incidência em geral de efeitos leves, como dor no local da aplicação, febre e dores musculares.
Também não há contraindicação de receber a vacina da Covid em conjunto com outras vacinas, como a da gripe. A atualização da vacinação com os reforços pode ser feita após quatro meses desde a última vacina aplicada.
CARLOS PETROCILO / Folhapress