Saúde diz que desabastecimento de insulina será regularizado em junho

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde disse nesta segunda-feira (15) que a falta de insulina análoga de ação rápida nos estados deve ser regularizada a partir do início de junho. A pasta admitiu que o país enfrenta cenário de falta de produção nacional capaz de atender às suas necessidades.

A Folha revelou que poderia faltar insulina para diabetes nos estados porque o estoque do Ministério da Saúde acabaria em abril. Em alguns lugares já falta o produto.

“A expectativa, a partir do diálogo constante com as secretarias estaduais de saúde e monitoramento intenso por parte do Ministério em parceria com o Conass, é que seja possível manter o abastecimento igualitário na rede SUS até o início de junho a partir do remanejamento entre os entes federados”, disse a pasta, em nota.

Na reportagem publicada em março, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que trabalhava para que não houvesse falta do medicamento. “Vamos fazer o que for possível a partir dos apontamentos do TCU”, afirmou, na ocasião.

Esse tipo de insulina foi incorporada ao SUS em 2017 após aprovação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde).

Sociedades e entidades médicas e representativas de pessoas com diabetes não recomendam a substituição da insulina análoga pela insulina humana regular, que pode aumentar o risco de hipoglicemias graves e noturnas, por exemplo.

O Ministério da Saúde disse ainda que vem realizando monitoramento da oferta do produto no SUS e adotado uma série de ações para evitar o desabastecimento, como aquisição emergencial internacional, remanejamento dos estoques existentes entre estados e autorização de compra pelas secretarias estaduais de saúde com ressarcimento pela pasta.

Na última terça (9), foi assinado contrato de aquisição emergencial de 1,3 milhão de unidades de insulina análoga de ação rápida para garantir o abastecimento da rede no SUS. O quantitativo é suficiente para o tratamento de mais de 67 mil pacientes em todo o país.

A insulina adquirida -molécula asparte, produzida pela empresa Gan & Lee- possui registro em países com agências regulatórias sanitárias que integram o ICH (International Council for Harmonisation ), do qual a China faz parte.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aceitam e recomendam o registro do ICH para situações de emergência.

“Cabe informar que as insulinas regulares mais consumidas estão em estoque adequado e o caso da insulina análoga de ação rápida está sendo tratado com máxima prioridade junto aos fornecedores nacionais e internacionais para garantir o atendimento da população”, concluiu o ministério.

RAQUEL LOPES / Folhapress

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