SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) denunciou seis seguranças que espancaram dois suspeitos de furto de picanha em um supermercado em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.
A denúncia do MP cita os crimes de tortura e extorsão, e foi enviada na última sexta-feira (9). Um dos suspeitos agredidos ficou hospitalizado com ferimentos graves e teve que ser mantido em coma induzido.
As agressões, gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento, foram feitas em outubro do ano passado. O vídeo foi revelado pelo “Fantástico”, da TV Globo.
Durante as investigações, a polícia descobriu que o HD onde estavam armazenadas as imagens das câmeras do supermercado havia sido formatado. A corporação só soube do episódio por conta da internação de um dos homens agredidos.
Após perícia no HD, a polícia conseguiu acessar as imagens. Os policiais se depararam com cenas de tortura contra os dois homens, um deles negro, numa sessão que teve socos, pontapés e agressões com pedaços de madeira.
AÇÃO DUROU CERCA DE 45 MINUTOS
Nas imagens, um homem de casaco azul, conduzido por um segurança, retira dois pacotes que havia escondido sob a roupa e os entrega ao gerente da loja. À polícia, ele disse que contou aos funcionários que havia um parceiro esperando fora do supermercado.
Uma das câmeras, então, mostra o segurança, de camisa amarela, voltando do estacionamento com a segunda vítima -esse homem acabou hospitalizado.
As imagens recuperadas pela polícia mostraram que um dos homens foi agredido por esse segurança com um soco e uma rasteira. Essa primeira parte das agressões foi assistida de perto pelo gerente e o subgerente do supermercado, que não interromperam as agressões
Na sequência surge mais um segurança. Ele e o primeiro, então, agridem o homem no chão até chegarem mais dois funcionários. Um deles chuta a vítima ao se aproximar.
A seguir, as agressões continuam e os seguranças passam a agredir os homens com tábuas, pedaços de madeira e estruturas feitas com pallets.
CAÍQUE ALENCAR E GIOVANNA GALVANI / Folhapress