SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Sobrinha de Lindaci Viegas Batista de Carvalho, 54, que morreu após comer um bombom envenenado no Rio de Janeiro, contou que outras pessoas também comeram o chocolate.
Fernanda Batista disse que funcionárias do salão de beleza no qual Lindaci estava, além do filho dela e um outro familiar, também comeram o chocolate. No entanto, os dois últimos sentiram um gosto ruim e perceberam que tinham “bolinhas na boca”. Fernanda contou a história em entrevista ao programa Encontro, da TV Globo, na manhã desta quinta-feira (25).
Por isso, segundo a sobrinha de Lindaci, a família suspeitou do envenenamento ainda no hospital. Com isso, a família procurou o médico que atendeu a mulher e pediu que o corpo fosse levado ao IML (Instituto Médico Legal), onde no domingo (21) foi informalmente dito aos familiares que o estômago da vítima estaria “cheio de chumbinho”.
No hospital, quando a minha tia Lenice soube que ela [Lindaci] estava passando mal, ela recolheu os pertences da minha tia e deu para o meu primo [filho de Lindaci] segurar. E nisso, ele viu o chocolate e comeu, e comeu com o meu tio. E nisso, eles comendo, sentiram um negócio diferente e começaram a catar da língua essas bolinhas e colocaram em um papel. Na dúvida, eles foram até o guarda do hospital tirar dúvida e perguntar se aquilo pareci chumbinho. E o guarda confirmou que era chumbinho, sim.
Fernanda, em entrevista à TV Globo
A suspeita de enviar os bombons envenenados foi presa ontem no bairro de Acari. Susane Martins da Silva, foi identificada após depoimento do motoboy que entregou os bombons a Lindaci no sábado (20).
A mulher foi presa em flagrante por homicídio duplamente qualificado, provocado por envenenamento e motivo fútil. Ela não possui antecedente criminal.
Familiares disseram que o crime foi motivado por ciúmes, já que a suspeita é ex-namorada do companheiro de Lindaci. Ainda conforme a família, a mulher havia sido ameaçada anteriormente.
“Temos provas dela fazendo as ameaças, foto dela segurando arma com mensagem ameaçadora para minha irmã. […] Foi tudo muito macabro, muito premeditado. Ela colocou o próprio filho para entregar o bombom ao motoboy, porque ela sabia que se desse qualquer problema, o garoto não seria preso porque é menor de 18 anos”, disse Lenice Batista, irmã da vítma.
Segundo a polícia, havia um relacionamento conturbado do casal e muitas idas e vindas. Susane sempre desconfiou que Mario a estava traindo com Lindaci e resolveu se vingar justamente no dia do aniversário dela, para não chamar atenção.
“Susane sempre desconfiou que Mário estava lhe traindo com sua ex e resolveu se vingar justamente no dia do aniversário desta para não chamar a atenção, dando-lhe flores e bombons que estavam envenenados”, contou a Polícia Civil, em nota.
De acordo com o responsável das investigações, o delegado Fabio Souza, o crime foi premeditado: “Susane chegou a chorar na delegacia, contou histórias desconexas, mas não negou o crime. Ela preferiu ficar em silêncio e não apresentou resistência. Em relação ao filho dela, primeiro temos que saber se ele tinha conhecimento que tinha veneno nos bombons. Caso sim, a tipificação do crime pode ser agravada e ele também vai responder pelo crime”, disse o titular da 20ª DP ao UOL.
A polícia não informou se Susane confessou o crime após ser presa. Ela está à disposição da Justiça. O UOL fez contato com a advogada Taiza Matos, que faz a defesa de Susane, que informou que ainda não teve acesso à íntegra do inquérito policial e nem mesmo ao processo que determinou a prisão.
Redação / Folhapress