RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou nesta quinta (27) que a SuperVia, empresa responsável pelos trens urbanos no estado, decidiu deixar o serviço.
Com isso, a gestão estadual fará uma nova licitação para outra companhia assumir a concessão.
“O serviço é péssimo. Só abrir os telejornais todo dia para ver. Se não querem mais, eles saem e a gente vai botar outro que faça bem feito”, afirmou o governador.
Procurada, a Supervia disse que não irá comentar o assunto. A Mitsui, que controla a empresa, confirmou a informação, mas não deu mais detalhes.
A Secretaria Estadual de Transportes recebeu na quarta (26) um ofício no qual a companhia comunica que desistiu de operar o serviço.
Entre as justificativas, estão desequilíbrio financeiro, perda de receita com a pandemia e prejuízo com o furto de cabos e o congelamento da tarifa.
Após a reunião que formalizou o fim da concessão nesta quinta, o governador informou nas redes sociais que fará um novo modelo de concessão. “Faremos uma transição transparente e tranquila, garantindo o funcionamento dos serviços até a escolha de uma nova empresa. Mas vamos partir para um novo modelo que atenda aos anseios e respeite o direito da população do estado”, disse Castro.
O controle acionário da concessionária é da Mitsui desde 2019. O contrato atual da empresa venceria em outubro deste ano. Em 2010, um aditivo prorrogou essa concessão até 2043. Mas esse aumento do prazo estava condicionado a uma série de investimentos que o estado entende que não foram honrados.
A SuperVia opera o serviço de trens urbanos em 12 municípios da Região Metropolitana do Rio desde 1998 e está em recuperação judicial desde 2021.
A malha ferroviária tem 270 km de extensão dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações. Hoje, o sistema transporta cerca de 350 mil passageiros por dia. Antes da pandemia, a média diária chegava a 600 mil.
“Fizemos aporte de cerca de R$ 400 milhões, em 2022, para compensar perdas com a queda do número de passageiros. A pandemia acabou e os serviços continuaram precários. Cobramos resultados e eles não vieram”, disse Cláudio Castro.
ALÉXIA SOUSA / Folhapress