Após sanção de reajuste salarial desigual entre as carreiras policiais, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou um pacote de melhorias às polícias do estado. As medidas incluem ampliação do atendimento em saúde e novas contratações -a maioria dos projetos ainda precisa passar pelo Legislativo antes de sair do papel.
“A conquista da segurança pública vai se dar com várias ações, uma delas a valorização do corpo policial. A gente está falando aqui da dimensão financeira, do salário, mas nós temos outras dimensões para atuar”, disse Freitas, anunciando reforma e modernização do Hospital da PM (Polícia Militar), na zona norte da capital. O custo da obra, segundo o governador, será de R$ 23 milhões -R$ 8 milhões de emendas federais e R$ 15 milhões do parlamento estadual.
Ainda no âmbito da saúde, o governo pretende enviar à assembleia um projeto de lei que prevê a contratação de profissionais temporários, incluindo oficiais médicos, enfermeiros e psicólogos para atendimento à PM. “Eu consigo aumentar muito a capilaridade, consigo atender todos os comandos de policiamento espalhados pelo território do estado de São Paulo, sem ônus para a previdência”, disse o governador, citando profissionais em início de carreira como contratações preferenciais.
Os anúncios ocorreram durante cerimônia em que o governador sancionou reajuste salarial médio de 20,2% para servidores das polícias militar, civil e técnico-científica. Com percentuais que variam de 13% a 31%, dependendo da categoria e estágio da carreira, o projeto foi alvo de protestos e criou tensão entre as forças de segurança.
A Polícia Penal, com o segundo maior efetivo do estado, não foi contemplada pela lei, e servidores chegaram a realizar manifestações na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) durante a tramitação da proposta. Segundo a gestão Tarcísio, um novo projeto de lei será enviado ao Legislativo para regulamentar a carreira e valorizar os salários de policiais penais.
Outro projeto que deve ser enviado à assembleia prevê a ampliação do efetivo operacional da PM por meio da Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar), conhecida como “bico oficial”. “O projeto aumenta os valores da Dejem, de maneira a compensar aquela perda do imposto de renda, para tornar a Dejem mais vantajosa com o objetivo de aumentar o efetivo”, disse o governador.
O governo também anunciou a contratação de 126 papiloscopistas para a Polícia Técnico-científica e novos concursos públicos para as polícias civil e militar, com vagas para 5.400 soldados e 300 oficiais.
LEONARDO ZVARICK / Folhapress