SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo) confirmou nesta sexta-feira (16) um terremoto de 4 graus de magnitude, com epicentro entre as cidades paulistas de Miracatu, Iguape e Itariri, numa área pouco habitada.
O tremor, registrado às 8h22, foi sentido levemente também por moradores das cidades de São Paulo e Sorocaba, no interior, e outras a 100 km de distância do epicentro. De acordo com a USP, tremores de magnitude 4 podem ser sentidos até um raio de 100 km ou um pouco mais.
Na manhã desta sexta, o Google emitiu um alerta de terremoto com magnitude estimada de 4,7 para a região de Miracatu (SP), deixando moradores assustados.
O alerta foi enviado para celulares da região com sistema operacional Android.
Segundo a Defesa Civil, equipes estão em campo, mas não há relatos de vítimas, nem danos materiais.
“Abalos sísmicos entre 3,5 e 5,4 graus costumam ser percebidos, mas não geram danos estruturais. Neste caso, foi sentido no Vale do Ribeira. Há relatos de pessoas que tenham sentido na região de Sorocaba. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros não receberam nenhum chamado para vítimas ou abalos estruturais em edificações em nenhuma dessas regiões”, disse o tenente Maxwell. Segundo ele, não há consenso no sentido de que possa haver um tsunami.
As prefeituras de Iguape, Ilha Comprida, Registro e Peruíbe afirmaram que o tremor não causou vítimas ou danos. A reportagem não conseguiu contato com Miracatu e Itanhaém.
A assessoria de imprensa do município de Registro disse que os prédios do complexo do Paço Municipal chegaram a ser evacuados, por precaução. Segundo as imagens gravadas pelas câmeras de segurança, o tremor durou 15 segundos.
De acordo com o Centro de Sismologia da USP, tremores dessa magnitude são relativamente raros no Brasil -em média, duas vezes por ano ocorre em algum lugar do país um tremor com intensidade acima de 4 graus.
Ainda segundo a USP, o litoral sul de São Paulo é uma zona relativamente ativa, se comparada a outras regiões do estado. Em julho de 1946 foi registrado em Cananeia (SP) um terremoto de 4,6 graus, por exemplo.
RELATOS
Gustavo Heitzman Nóbrega, 29, recepcionista do Silvi Hotel, no centro de Iguape, disse que sentiu o tremor na recepção.
“Eu estava conversando com um hóspede e de repente tremeu tudo na recepção, tremeu o balcão. Foi bem perceptível e passageiro, coisa de sete segundos”, disse.
Ele contou que, de início, pensou que fosse uma obra na rua. “Eu saí para olhar, não vi máquina, fiquei sem entender nada. Alguns hóspedes desceram para saber o que tinha acontecido, perguntar o que era, e aí começaram a aparecer as notícias de terremoto. Foi a primeira vez que isso aconteceu aqui.”
A vendedora Ivana Novaes, 36, também de Iguape, conta que estava no trabalho conversando com uma colega quando sentiu o tremor.
“Pensei que fosse um caminhão pesado, mas estranhei porque aqui no centro não pode passar caminhão”, diz. “Não vi caminhão, não vi nada. Foi muito rápido. Depois, quando a gente acessou a internet viu as pessoas falando de terremoto. Só se fala nisso.”
Nas redes sociais, moradores de outras cidades, como Peruíbe, no litoral, também relatam ter sentido o tremor.
PATRÍCIA PASQUINI E FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress