Rússia e Ucrânia concordaram sobre a necessidade de um corredor humanitário para a saída de civis das cidades em guerra. O acordo envolve um possível cessar-fogo durante as operações de retirada.
O encontro foi o segundo realizado entre os dois países para discutir a invasão russa na Ucrânia.
Os resultados obtidos não eram os esperados pela Ucrânia, que exige o cessar-fogo imediato e a retirada das tropas.
Segundo a Rússia, uma futura regulação política do conflito também foi debatida. Vladimir Putin exige também o reconhecimento da soberania russa sobre a península da Crimeia, anexada em 2014, e da independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, assim como o status neutro ucraniano em relação à Otan.
Enquanto isso, o presidente Putin, em um pronunciamento nacional, homenageou ontem os soldados russos, dizendo que eles estão agindo como heróis na guerra da Ucrânia. Ao mesmo tempo, o chefe da nação endureceu o discurso contra Kiev e o Ocidente. Putin afirmou que a “operação militar especial”, como chama a invasão ao país vizinho, segue como planejado e que vai acabar com “com essa anti-Rússia criada pelo Ocidente”, referindo-se à hostilidade de Kiev em relação a Moscou.
Após bombeiros conterem o fogo que se alastrou em parte da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, autoridades do país confirmaram que tropas russas assumiram o controle do local na manhã desta sexta-feira, 4 (madrugada em Brasília).
Apesar de cidades estratégicas estarem sob cerco russo e embates continuarem ocorrendo pelo país, o 9° dia de conflito começou com uma redução de tensões, após o incidente não ter escalado para uma catástrofe nuclear.
O fogo começou nas primeiras horas desta sexta (noite de quinta em Brasília) após um ataque russo, segundo as autoridades ucranianas, fazendo crescer um temor de uma possível explosão de reator.
O serviço de emergências da Ucrânia confirmou que chamas foram extintas nas primeiras horas desta sexta.
❗️❗️Judging by the video from the scene, an administrative building is on fire at the #Zaporizhzhia NPP as a result of shelling. However, the reactors are very close to the shelling site. The shelling continues. pic.twitter.com/CCZiKgclIw
— NEXTA (@nexta_tv) March 4, 2022
“Às 6h20 (1h20 em Brasília) o incêndio na (…) usina nuclear Zaporizhzhia em Energodar foi extinto. Não há vítimas”, informou um comunicado.
A administração militar regional disse que há danos no compartimento do reator nº 1, mas não afeta a segurança da unidade de energia.
Apesar dos pedidos de cessar-fogo de autoridades como o presidente americano, Joe Biden, e do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, até que se resolvesse a situação na usina, movimentações militares continuaram a acontecer em todo o país.
Em Ojtirka, cidade localizada na região de Sumi, as forças russas realizaram novos bombardeios, deixando a população sem eletricidade e aquecimento, de acordo com o chefe da Administração Militar Regional, Dmytro Zhivitski.
“Em princípio, toda a região de Sumi é agora uma terra do inferno, que está sendo destruída pelas tropas russas”, escreveu Zhivitski em uma publicação no Twitter.
Em Mariupol, forças ucranianas continuam no controle da cidade, porém a infraestrutura civil está cada vez mais danificada em função dos bombardeios russos, informou um relatório de inteligência do Reino Unido.
De acordo com as informações britânicas, a cidade continua cercada por soldados russos e das regiões separatistas de Donbass, reconhecidas pela Rússia como as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk
Em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, o cenário no centro de cidade é de destruição completa depois do avanço das tropas russas.
Na capital Kiev, imagens feitas por drones também mostram a extensão dos danos a toda a estrutura da cidade, que permanece cercado pelo exército russo.
Em Odessa, no sul da Ucrânia, moradores montaram barricadas com sacos de areia e blocos de concreto para impedir o avanço das tropas russas.
Corredor humanitário
Rússia e Ucrânia concordaram sobre a necessidade de um corredor humanitário para a saída de civis das cidades em guerra.
O acordo envolve um possível cessar-fogo durante as operações de retirada. O encontro foi o segundo realizado entre os dois países para discutir a invasão russa na Ucrânia.
Os resultados obtidos não eram os esperados pela Ucrânia, que exige o cessar-fogo imediato e a retirada das tropas.
Segundo a Rússia, uma futura regulação política do conflito também foi debatida. Vladimir Putin exige também o reconhecimento da soberania russa sobre a península da Crimeia, anexada em 2014, e da independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, assim como o status neutro ucraniano em relação à Otan.
Enquanto isso, o presidente Putin, em um pronunciamento nacional, homenageou ontem os soldados russos, dizendo que eles estão agindo como heróis na guerra da Ucrânia.
Ao mesmo tempo, o chefe da nação endureceu o discurso contra Kiev e o Ocidente. Putin afirmou que a “operação militar especial”, como chama a invasão ao país vizinho, segue como planejado e que vai acabar com “com essa anti-Rússia criada pelo Ocidente”, referindo-se à hostilidade de Kiev em relação a Moscou.