SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse nesta quinta-feira (8) ter sido indiciado por supostamente ter guardado documentos confidenciais do governo americano em sua residência, na Flórida.
“A administração corrupta de [Joe] Biden informou a meus advogados que fui indiciado”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social. O ex-presidente afirmou ainda que foi convocado para comparecer ao tribunal federal de Miami na próxima terça-feira (13). “Sou inocente”, disse ele em um vídeo.
Ele não forneceu provas do indiciamento, e os advogados de Trump não responderam a um pedido de comentário. De qualquer forma, se a acusação for confirmada, será a primeira vez que um ex-presidente americano enfrenta acusações federais.
Após o comunicado de Trump, vários meios de comunicação dos EUA, inclusive o New York Times, disseram que ele foi indiciado por sete acusações relacionadas ao manuseio de documentos confidenciais e obstrução da justiça.
De acordo com o Departamento de Justiça, Trump guardou documentos que podiam comprometer a inteligência americana ao deixar a Casa Branca, em 2021. Entre os possíveis crimes pelos quais o republicano é investigado nesse caso estão violações na lei de espionagem, obstrução da Justiça e destruição de documentos oficiais.
Há cerca de um ano, agentes do FBI, a polícia federal americana, apreenderam cerca de 13 mil documentos na propriedade de Trump em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida. Cem deles foram marcados como classificados, embora um dos advogados de Trump tenha dito anteriormente que todos os registros com marcas classificadas haviam sido devolvidos ao governo.
Trump já havia defendido sua retenção de documentos, sugerindo que ele os desclassificou enquanto presidente. No entanto, o ex-presidente não forneceu provas disso.
Na semana passada, a emissora CNN informou que promotores federais dos EUA obtiveram um áudio no qual Trump admite que manteve com ele documentos secretos do Pentágono sobre um possível ataque ao Irã. A gravação, feita durante uma reunião em 2021, coloca portanto em xeque o argumento do republicano de ter retirado o sigilo de todos os arquivos confidenciais que reteve depois do término de seu mandato.
No áudio, Trump expressa o desejo de compartilhar as informações, mas reconhece as limitações que tem, como ex-presidente, para retirar o sigilo dos papéis.
As conversas aconteceram no clube de golfe do ex-presidente em Bedminster, em Nova Jersey. Estavam presentes na reunião duas pessoas que trabalhavam na autobiografia do ex-chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, e assessores. Eles, aliás, não tinham autorização para ter acesso a dados secretos do governo.
Redação / Folhapress