SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse neste domingo (30) que as forças de inteligência turcas mataram o líder do Estado Islâmico Abu Hussein al-Qurashi na Síria.
“Este indivíduo foi neutralizado como parte de uma operação da organização de inteligência nacional turca na Síria ontem”, afirmou Erdogan em entrevista à emissora TRT Turk, acrescentando que a organização de inteligência o perseguia há muito tempo.
A declaração do líder acontece a poucos dias das eleições presidenciais na Turquia, marcadas para 14 de maio. O pleito é apontado como o maior teste para Erdogan desde sua chegada ao poder, há 20 anos.
O presidente foi bastante criticado pela resposta aos terremotos que atingiram o país e a Síria em fevereiro, com mais de 50 mil mortes, e perdeu popularidade. Pesquisa divulgada no começo do mês pelo instituto turco Metropoll apontou Kemal Kilicdaroglu, líder do maior partido de oposição, com ligeira vantagem na disputa.
Neste domingo, Erdogan e seu principal oponente nas eleições presidenciais reuniram milhares de pessoas em cidades do país. Kiliçdaroglu, 74, lotou as ruas de Esmirna, reduto da oposição e terceira maior cidade turca. “A Turquia encontrará a luz novamente”, afirmou. “Estas eleições são para reconstruir a nossa democracia; vamos trazer paz e fraternidade.”
Durante seu discurso, alguns apoiadores faziam gestos de coração com as mãos. Kiliçdaroglu é chefe do Partido Republicano Popular (CHP, social-democrata) e candidato de uma coligação que reúne seis partidos da oposição.
Já Erdogan, 69, discursou para milhares de pessoas em um parque de Ancara. “Vocês estão prontos para 14 de maio? Vocês estão prontos para lotar as urnas?”, disse ele, pedindo aos apoiadores para que batem nas portas dos indecisos. “Nossa nação, se Deus quiser, vai eliminá-los da cena política”, acrescentou, referindo-se à oposição.
O Estado Islâmico emergiu do caos da guerra civil na Síria na última década e assumiu vastas áreas do país e do Iraque em 2014. De uma mesquita na cidade iraquiana de Mossul, Baghdadi declarou um califado islâmico naquele ano e se proclamou califa de todos muçulmanos.
O regime brutal, que matou e executou milhares de pessoas em nome de sua interpretação radical do islã, chegou ao fim em Mossul quando forças iraquianas e internacionais derrotaram o grupo em 2017. Nos últimos anos, os milhares de militantes remanescentes vivem escondidos, mas ainda são capazes de realizar ataques significativos.
Redação / Folhapress