USP | Flexibilização da quarentena no estado de SP pode elevar o número de mortes em até três vezes

Estimativa foi feita por pesquisadores da Rede de Pesquisa Solidária a partir de indicadores de Goiás, Estado que flexibilizou o distanciamento social de modo prematuro

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Foto ilustrativa

flexibilização da quarentena no Estado de São Paulo pode elevar em até três vezes o número de óbitos nos próximos 30 dias. A estimativa foi feita pela Rede de Pesquisa Solidária a partir de indicadores construídos do Estado de Goiás, que flexibilizou prematuramente o distanciamento social, elevando o número de mortes na região em 274%. Se Goiás tivesse mantido as medidas de distanciamento social nos níveis pré-abrandamento, deflagradas em 19 de abril, o número de vidas perdidas teria sido 63,5% menor, relata o estudo. Usando como referência o ocorrido em Goiás, os pesquisadores da rede construíram dois cenários possíveis para o Estado de São Paulo. O mais grave, que considerou a retomada das atividades no início de junho, é a estimativa de que as mortes causadas pela covid-19 chegariam a 24.986, até o dia 8 de julho.

O boletim número 11 da Rede de Pesquisa Solidária apresentou os resultados das medidas de contenção física em Goiás, um dos Estados pioneiros na adoção de medidas mais rígidas e bem-sucedidas de distanciamento social e que, em meados de abril, adotou prematuramente a flexibilização, elevando o número de óbitos em 274%. A partir desses dados, fez um comparativo entre os números de Goiás e São Paulo para estabelecer as projeções. Foram utilizados o número de certidões de óbito emitidas com causa declarada de morte por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e o número oficial de óbitos diários por covid-19, relatado pelas secretarias estaduais de Saúde de Goiás e de São Paulo.

Os dois cenários construídos para São Paulo foram:

Cenário 01 – Mantidas as medidas de distanciamento social em níveis que estavam em maio de 2020, por mais 30 dias.

Nesse contexto, o montante de óbitos provocados pela covid-19 aumentaria em 5.514 mortes, o que implicaria um total acumulado de 14.632 mortos, até o dia 8 de julho. Os óbitos causados por SRAG aumentariam em 8.956, sendo um total acumulado de 19.141 na contagem, até o dia 8 de julho.

Cenário 02 – Considerando a flexibilização  das medidas de isolamento social autorizada no início de junho de 2020.

A projeção nesse cenário é que o volume de mortes causadas pela covid-19 chegaria a 24.986 óbitos, até o dia 8 de julho. Já as mortes por SRAG chegariam a 23.334 ocorrências, até o dia 8 de julho.

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Texto: Jornal da USP