O médico Roosevelt de Sá Kalume, que denunciou um esquema de tráfico de órgãos em Taubaté na década de 80, morreu nesta quinta-feira (2). A causa da morte não foi informada.
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O velório do médico foi marcado para 12h30, no Memorial Sagrada Família, na região central de Taubaté. Já o enterro acontece no mesmo local, mas às 17h30.
Em 1986, Roosevelt era diretor da Faculdade de Medicina de Taubaté e denunciou colegas de profissão ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo). Ele indicou médicos que, em busca de criar um programa de transplantes de rins na cidade, retiravam órgãos de pacientes ainda com sinais vitais, enganando suas famílias sobre o real estado de saúde dos internados. Em um dos casos, foi solicitada autorização para a doação de córneas, mas os médicos acabaram removendo ambos os rins da vítima.
Após a notoriedade do escândalo, foi aberto inquérito policial para investigação, que durou 10 anos. Quatro médicos foram responsabilizados pelas mortes de quatro pacientes.
Dois dos apontados eram Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, que morreu em maio de 2011, meses antes do julgamento, e Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, que faleceu em novembro de 2024, aos 70 anos. Os outros dois, que continuam vivos, são Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior.
Na época, os réus integravam o corpo médico do então Hospital Santa Isabel de Clínicas, que atualmente é o Hospital Regional de Taubaté.
O caso foi a júri popular em outubro de 2011, que resultou na condenação dos três médicos a 17 anos de prisão. Por não apresentarem antecedentes criminais, os três médicos condenados puderam responder ao processo em liberdade e, em 2021, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a condenação, mas reduziu a pena para 15 anos.
Em novembro do ano passado, a Justiça determinou a prisão imediata dos três médicos. A decisão foi assinada pelo juiz Flavio de Oliveira César, da Vara do Júri Infância e Juventude de Taubaté.