Os funcionários da Avibras, indústria bélica em Jacareí, fazem, na manhã desta quinta-feira (5), um protesto em frente à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, que representa a categoria.
Segundo os sindicalistas, a manifestação iniciou por volta das 8h e não tem previsão para acabar. O objetivo é pressionar o governo federal e o BNDES a liberarem recursos para investimentos na fábrica.
Os trabalhadores estão com 20 salários em atraso e mantêm uma greve que já dura dois anos.
Venda da fábrica
Em meio a greve dos colaboradores, a Avibras negocia a venda de suas operações com um investidor brasileiro, que ainda não teve o nome revelado.
Nas últimas semanas, representantes do comprador vem realizando reuniões com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região para ajustar detalhes sobre como ficariam os pagamentos atrasados dos colaborados em caso de fechamento do négocio.
O último encontro foi realizado no dia 28 de outubro e terminou sem um acordo. Representantes do investidor e da empresa apresentaram uma proposta final, que chegou a ser rejeitada pelos sindicalistas. No entanto, segundo a ata da reunião, foi definido que o Sindmetal vai fazer um debate com sua diretoria para decidir o que fazer e então se pronunciar, se aceita o acordo ou não.
Veja a proposta final apresentada ao Sindicato:
- Data para reestabelecimento do plano de saúde;
- Pagamento do 13º deste ano no dia 20 de dezembro;
- Pagamento do salário de dezembro no dia 30/12/2024;
- Extensão das cláusulas sociais do Acordo Coletivo até a data-base 2026;
- Estabilidade do emprego até 30 de abril de 2025 aos empregados que assinarem termo de anuência e voltarem a prestar serviços para a Avibras;
- Abono de R$ 4 mil, pagos em duas parcelas, ao colaborador que retornar ao trabalho.
A proposta também estabelece os pagamentos individuais dos respectivos saldos de salários, 13º salários e férias, variando de 1 a 13 parcelas, com início em janeiro de 2025.
- Salário de até R$ 5 mil: até 5 parcelas;
- Salário de até R$ 6 mil: até 6 parcelas;
- Salário de até R$ 8 mil: até 8 parcelas;
- Salário de até R$ 11 mil: até 10 parcelas;
- Salário de até R$ 15 mil: até 12 parcelas;
- Salário acima de R$ 15 mil: até 13 parcelas.
O ata cita ainda que serão feitos os pagamentos individuais a título de multas normativas e inibitória, cujo valor somado equivalera à correção dos respectivos saldos salariais, 13º salários e férias atrasadas pela variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) mais 2% ao ano, entre a data do vencimento da obrigação e a data do acordo, de forma indenizada, em duas parcelas iguais e sucessivas, sendo a primeira em fevereiro e a segunda em março de 2026.
“O Sindicato não concorda com a proposta feita pelo representante do investidor. Já são dois anos sem salário, sem garantia de emprego e sem qualquer segurança financeira. Em todas as negociações, o Sindicato se mostrou disposto a chegar a um acordo, mas o comprador se manteve intransigente. A decisão final caberá aos trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Até a última atualização desta reportagem, o sindicato ainda não havia se manifestado sobre a reunião.