O médico anestesista Cleudson Garcia Montali, condenado a mais de 200 anos de prisão em primeira instância por sua participação na Operação Raio-X, encontra-se atualmente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Birigui. Sua condenação está relacionada a fraudes em contratos públicos na área da saúde. A informação sobre sua internação foi confirmada pela assessoria de imprensa do hospital na manhã desta sexta-feira (26).
Segundo fontes, Cleudson deu entrada no pronto-socorro na noite de quinta-feira, queixando-se de dores no peito. No entanto, ainda não foram divulgados detalhes sobre o atendimento recebido no pronto-socorro ou os resultados dos exames realizados. Apenas foi confirmado que ele foi transferido para a UTI na mesma noite.
Cleudson está atualmente em prisão domiciliar, concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em dezembro de 2022, por motivos humanitários. A decisão foi baseada em laudos médicos que indicavam um quadro de fragilidade física e emocional, incluindo uma cirurgia bariátrica realizada em 2017 e problemas de saúde decorrentes dela.
O médico foi preso inicialmente em setembro de 2020 durante a Operação Raio-X, que investigou fraudes em contratos públicos na área da saúde. Após um período de prisão preventiva, ele recebeu o benefício da prisão domiciliar, que foi revogado posteriormente devido a suspeitas de falsificação de laudos médicos. Posteriormente, obteve novo benefício de prisão domiciliar, embora restrito apenas a um dos processos em que estava envolvido.
A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui, uma das entidades ligadas aos contratos fraudulentos de Cleudson, foi utilizada para elaborar projetos em parceria com diversos municípios na gestão de unidades de saúde. As condenações do médico estão relacionadas a irregularidades nestes contratos, envolvendo as prefeituras de Birigui e Penápolis.
Até o momento, não há informações oficiais sobre o estado de saúde atual de Cleudson nem sobre a resposta das autoridades judiciais em relação à sua internação. A reportagem está em contato com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em busca de mais informações sobre o caso.