Duas pacientes de Araçatuba (SP), que passaram por cirurgias íntimas em um hospital de Auriflama, procuraram a imprensa para relatar insatisfação com o transporte disponibilizado pela Prefeitura para retornarem à cidade. Ambas criticaram o fato de terem sido transportadas em um ônibus em condições precárias, o que, segundo elas, agravou o desconforto pós-cirúrgico.
Os procedimentos ocorreram em novembro, com altas médicas concedidas nos dias 18 e 19. De acordo com as pacientes, o hospital notificou a Secretaria de Saúde de Araçatuba sobre a necessidade de transporte para trazê-las de volta à cidade.
Relatos de desconforto e descaso
Uma das pacientes informou que passou por uma vaginoplastia, cirurgia destinada à reconstrução do canal vulvo-vaginal, com indicação em casos de traumas obstétricos, cicatrizes comprometidas, relaxamento muscular ou para rejuvenescimento vaginal.
Segundo ela, recebeu alta às 10h do dia 19, mas o motorista enviado pela Prefeitura chegou ao hospital apenas às 18h30. Inicialmente, ele estava em um carro, mas teria informado, de maneira considerada debochada, que a transferência seria feita para um ônibus em más condições.
Durante o trajeto, a paciente relatou que a estrada estava em más condições, o que causava dor devido aos pontos da cirurgia. Apesar de ter informado ao motorista sobre o incômodo, ele teria afirmado que não poderia fazer nada, pois seguia ordens da Secretaria de Saúde.
Ao chegar a Araçatuba, após cerca de uma hora de viagem, a paciente relatou ter sido deixada sozinha em uma rua escura e sob chuva.
“Achei um descaso da Prefeitura. Outros pacientes que foram apenas para consultas retornaram de carro, enquanto eu, com pontos, e outra pessoa na mesma condição, fomos obrigadas a voltar de ônibus”, declarou.
Resposta da Prefeitura
Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura explicou que o hospital de Auriflama notificou a Secretaria de Saúde às 10h50 do dia 19 sobre as altas. Naquele momento, havia um ônibus em Jales com vagas disponíveis, o que foi considerado a melhor alternativa para atender à situação, devido à alta demanda por veículos da Secretaria naquela data.
“O hospital informou que as pacientes poderiam viajar sentadas. Diante disso, e considerando a dificuldade de disponibilidade de veículos naquele dia, optamos pelo uso do ônibus que estava em Jales,” justificou a Prefeitura.
A situação gerou repercussão negativa, levantando questionamentos sobre as condições de transporte oferecidas pela administração pública, especialmente para pacientes em recuperação de procedimentos cirúrgicos.
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