O senador Omar Aziz, presidente da CPI da Pandemia, afirmou nesta segunda-feira que vai exigir do relator, Renan Calheiros, que mantenha em seu relatório tudo o que foi vazado e saiu na imprensa. Marcada originalmente para amanhã, a leitura do relatório final ficou para quarta-feira.
Com o atraso, a votação do relatório ficou para o dia 26, terça que vem. A decisão foi tomada após a imprensa revelar o conteúdo do parecer de Renan Calheiros. Renan pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por homicídio qualificado por causa da gestão da pandemia. O presidente da CPI afirmou que o adiamento foi tomado por “cautela”, para que nenhum citado alegue não ter tido direito de defesa.
Omar Aziz, no entanto, reforçou a insatisfação com o relatório e se recusou a fazer uma nova reunião do grupo majoritário para discutir o parecer final da investigação. Para ele, há falhas na tipificação dos crimes apontados nas conclusões do relator que podem ser derrubadas após a conclusão dos trabalhos da CPI. Aziz acrescentou que ninguém vai condenar ninguém fazendo do relatório uma pirotecnia.
Depoimentos – A CPI ouviu ontem o depoimento de pessoas afetadas pela Covid-19. Nas falas, houve também uma série de críticas ao comportamento do governo federal durante a pandemia e declarações favoráveis à vacinação. Com perfis variados, os depoentes relataram aos senadores como perderam pais, marido, filho, irmã. Além disso, cobraram justiça.
Macabro – Em um vídeo distribuído à imprensa pela sua assessoria, o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que a sessão desta segunda-feira foi algo “macabro”, “triste” e “lamentável”. Ele disse que a cúpula da CPI escolheu “a dedo” representantes de vítimas da doença que atribuem a seu pai a responsabilidade pelas mortes na pandemia.