Cruzeiro paga dívida e evita nova punição na FIFA; sábado tem o Botafogo pela Série B

Dívida com Spartak Moscou foi paga nesta quinta, evitando mais transtornos para clube mineiro

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O Cruzeiro foi punido pela Fifa e começará a Série B do Campeonato Brasileiro com menos seis pontos na tabela por não ter pago o empréstimo do volante Denilson ao Al Wahda, dos Emirados Árabes, em 2016, no valor de 850 mil euros (cerca de R$ 5,2 milhões), em maio deste ano.   

Sábado a estreia na Série B do Campeonato Brasileiro é diante do Botafogo, às 19 horas, no Mineirão, em Belo Horizonte. Hoje os treinos comandados pelo técnico Enderson Moreira ficaram mais uma vez em segundo plano. O assunto na Toca da Raposa foi o pagamento de mais uma dívida milionária do clube mineiro.

O Cruzeiro se livrou de mais uma punição na Fifa ao pagar ao Spartak Moscou, da Rússia, 400.564 euros – R$ 2.535.551,29 – pela contratação do atacante Pedro Rocha em abril de 2019. Em transmissão no canal oficial do clube no YouTube, o presidente Sérgio Santos Rodrigues confirmou o acerto nesta quinta-feira (6), último dia para solucionar o débito, cuja punição prevista era a proibição de registrar novos jogadores na sequência de 2020. Dois patrocinadores ajudaram na operação: o Supermercados BH e a construtora Emccamp.

“A gente mostrou o videozinho no começo. A TED já está feita, assinada, não sei se chegou na Rússia, pois está tarde. O sistema é eletrônico, mas demora um pouquinho. Ainda bem que mais um problema da Fifa a gente conseguiu resolver. Vi que a torcida hoje puxou movimento na rede social, falando do banco BMG, mas não foi eles que ajudaram. O Cruzeiro tem um patrocinador, uma instituição financeira. Eu, particularmente, gosto muito e sou amigo do Ricardo Guimarães. Mas quem ajudou o Cruzeiro são os produtos que a gente vem fazendo e pessoas muito importantes para o clube. Dois deles estão na tela, e mando o meu abraço sempre, que são o Pedro Lourenço (Supermercados BH) e o Régis Campos, da Emccamp. Já estão colocados na tela, fica aqui meu forte abraço a eles. E que a torcida do Cruzeiro continue consumindo os nossos produtos e contribuindo para que isso ocorra. É a quarta dívida que a gente resolve em 65 dias desde que a gente chegou. Vamos trabalhar dia e noite para resolver todas elas”, relatou Sérgio Rodrigues.

Em nota publicada no site oficial, o Cruzeiro informou ter liquidado ainda 10 mil francos suíços em custas processuais (R$ 58,5 mil), R$ 461.397,93 de imposto de renda e R$ 9.935,41 de imposto sobre operações financeiras (IOF). Assim, o custo final por Pedro Rocha foi fechado em R$ 3.065.424,26.
No empréstimo de Pedro Rocha, o Cruzeiro se comprometeu a repassar 750 mil euros ao Spartak – R$ 3,2 milhões na época. O então vice-presidente de futebol, Itair Machado, declarou no dia 2 de abril de 2019 que o banco Digimais, patrocinador máster do clube naquela temporada, auxiliaria no pagamento aos russos e também em parte dos salários do jogador.
“O Pedro abriu mão de parte do (salário) que ganha lá (na Rússia). Porque todos sabem que o que os atletas ganham lá é impossível pagar no nosso país. Lá atrás, o Cruzeiro pagaria até mais pelo empréstimo, mas desta vez foi 750 mil euros, que será pago através do Banco Digimais. A questão do salário, o banco também ajudará num valor a mais por mês para não onerar muito a folha”, disse Itair, em entrevista em Guayaquil, no Equador, onde a Raposa jogaria contra o Emelec pela fase de grupos da Copa Libertadores.
Todavia, a reclamação do Spartak na Fifa, noticiada pelo Superesportes em 6 de fevereiro de 2020, foi pela totalidade dos valores. Ou seja, na versão do clube russo, o Cruzeiro simplesmente não cumpriu o compromisso de 750 mil euros. Com a cotação da moeda estrangeira a R$ 6,35 nesta quinta-feira, a pendência celeste supera R$ 4,76 milhões.