A taxa de desemprego do Brasil foi estimada em 8,5% no trimestre até abril, o menor nível para o período desde 2015, informou nesta quarta-feira (31) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado sinaliza relativa estabilidade do indicador frente aos três meses imediatamente anteriores. Na ocasião, a taxa estava em 8,4%.
O dado do trimestre até abril ficou abaixo da mediana das expectativas do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 8,8% para o trimestre até abril.
Com o novo resultado, o número de desempregados foi estimado em 9,1 milhões no país, disse o IBGE. O contingente era de 9 milhões nos três meses anteriores. Também houve relativa estabilidade.
Os números integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). No trimestre até março, que integra outra série da Pnad, a taxa de desocupação já estava em 8,8%.
“Essa estabilidade é diferente do que costumamos ver para este período. O padrão sazonal do trimestre móvel fevereiro-março-abril é de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez”, afirmou Alessandra Brito, analista da pesquisa do IBGE.
A Pnad contempla o mercado de trabalho formal e o informal. Ou seja, abrange desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.
Historicamente, o início de ano registra aumento do desemprego porque, segundo economistas, a busca por trabalho costuma ser impulsionada pelo término dos contratos temporários de final de ano.
A população desempregada, conforme as estatísticas oficiais, é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de vagas. Quem não está buscando oportunidades, mesmo sem ter um emprego, não entra nesse número.
Após os estragos causados pela pandemia, a geração de vagas de trabalho foi beneficiada por fatores como a vacinação contra a Covid-19. A imunização permitiu o retorno da circulação das pessoas e a reabertura das empresas.
A recuperação do mercado de trabalho, contudo, tende a perder velocidade em 2023, segundo analistas. A projeção está associada ao cenário de desaceleração da atividade econômica em meio ao contexto de juros elevados.
LEONARDO VIECELI / Folhapress