O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, elevou a taxa Selic de 7,75% para 9,25% ao ano; uma alta de 1,5 ponto percentual. A decisão foi unânime. Com o sétimo aumento consecutivo, a taxa Selic atinge o maior patamar em pouco mais de quatro anos. Em julho de 2017, estava em 10,25% ao ano.
Especialistas afirmam que a alta dos preços comprime a renda das famílias. Com a conta do supermercado mais cara, o reajuste maior na escola, os remédios e o plano de saúde subindo, o salário no fim do mês pode ser insuficiente.
Muitas famílias recorrem ao crediário para fazer as compras caberem no orçamento. Quando a inflação sobe, o orçamento aperta e fica mais difícil honrar as prestações. E a taxa Selic mais alta tem impacto direto no custo do crediário.
A decisão do Comitê de Política Monetária de elevar a taxa básica de juros para 9,25% ao ano vai mudar o cálculo do rendimento da caderneta de poupança a partir de hoje. A rentabilidade voltará à regra antiga. Mas, mesmo pagando mais, a poupança continuará perdendo para a inflação.
A rentabilidade passa a ser de meio por cento ao mês + TR, o que vai dar 6,17% ao ano. Com a previsão de inflação acima de 10 por cento, o prejuízo para o poupador fica evidente, mesmo com a aplicação sendo isenta do imposto de renda.
Com a Selic a 7 vírgula 75 por cento, o dinheiro da caderneta rendia 70% da taxa básica mais a Taxa Referencial, atualmente zerada, o equivalente a 5,53% ao ano. Os analistas sugerem agora as aplicações em renda fixa.