SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar tinha leve alta nos primeiros negócios desta terça-feira (2), rondando a casa dos R$ 5,00 conforme investidores aguardavam as conclusões das reuniões de política monetária do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve.
Às 9h07 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,23%, a R$ 5,0005 na venda. Na última sessão, na sexta-feira (28), o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,989 na venda, em alta de 0,18%.
No Brasil, a expectativa é de que a Selic seja mantida em 13,75% ao ano, mesmo com a ofensiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o atual nível de juros no país. Na segunda-feira (1°), durante ato do Dia do Trabalho das centrais sindicais, Lula afirmou que a taxa de juros do Brasil não controla a inflação, mas sim o desemprego.
Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a taxa básica de juros é um instrumento que precisa ser conduzido com credibilidade para criar condições favoráveis para a economia brasileira crescer.
“O que importa na economia não é a Selic, é o que a gente chama de condições financeiras, que é o total que eu tenho liquidez na economia. A Selic é um instrumento que, para gerar condições de liquidez, tem que ser conduzido com credibilidade”, afirmou Campos Neto
Já nos EUA, é esperado um aumento de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros, especialmente após a divulgação, na semana passada, de que a inflação do país foi de 4,2% em março, mostrando-se persistente e ainda bem acima da meta de 2% do Fed.
A expectativa, porém, é que o provável aumento desta semana seja o último do atual aperto monetário promovido pelo banco central americano. O temor é que o Fed cause uma recessão com sua política agressiva de aumento nos juros.
O mercado acompanha nos EUA, ainda, a falência do First Republic Bank, após o JPMorgan ter comprado as operações banco na segunda-feira (1°) em leilão federal. Como parte do acordo, que vai permitir a falência ordenada do First Republic, o JPMorgan fará um pagamento de US$ 10,6 bilhões à FDIC (agência controladora de depósitos dos EUA).
Após a divulgação do acordo, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos disse estar animado com o fato de a crise do First Republic Bank ter sido resolvida com o menor custo para seu fundo garantidor de depósitos, e acredita que o sistema bancário dos Estados Unidos permanece sólido e resiliente.
O First Republic ficou sob intensa pressão depois de divulgar na semana passada que havia sofrido mais de US$ 100 bilhões em saídas de depósitos no primeiro trimestre e estava explorando opções. Na última sexta (28), notícias sobre uma possível intervenção federal para solução do problema já haviam derrubado ainda mais as ações do banco, que perderam mais de 90% do valor no ano.
A Bolsa brasileira, porém, fechou em alta na sexta, com a divulgação de indicadores de atividade econômica e desemprego no Brasil. O dólar também subiu após dados sobre a inflação americana.
O Ibovespa subiu 1,47%, a 104.431 pontos, acumulando alta semanal de 0,06%. No mês, a alta foi de 2,8%.
O dólar teve alta de 0,18%, a R$ 4,988, fechando pelo segundo dia consecutivo a menos de R$ 5,00.
Os mercados futuros também apresentaram em alta. Os contratos de juros com vencimentos para janeiro de 2025 subiram de 11,90% para 12,04%. Para 2027, foram de 11,67% para 11,79%, e os de 2029 saíram de 12,00% para 12,10%.
Redação / Folhapress