Financeiras aproveitam vácuo do BC e internacionalizam Pix

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Sem uma regulamentação do Banco Central sobre o uso do Pix no exterior, empresas de pagamentos deram a largada para um plano de expansão na América Latina, EUA e Europa.

Desde que implementou o Pix, ainda no início da pandemia, o BC se prepara para difundir o sistema em outros países. O plano, no entanto, segue em banho-maria.

A autarquia diz manter conversas com outros bancos centrais no Uruguai, Peru e Colômbia, mas nada foi acertado até o momento –o que permitiria uma cobertura total nesses países.

Diante disso, grupos privados se adiantaram e estão desbravando o mercado, fechando parcerias com grandes comerciantes em cada país.

No fim do ano passado, o Grupo Rendimento, por exemplo, levou sua plataforma de pagamento via Pix ao Paraguai.

A operação deve chegar à Argentina no próximo dia 26. Uruguai e Chile estarão cobertos a partir de julho.

Com o sistema ativo em lojas cadastradas, os brasileiros conseguem efetuar as compras usando o leitor de QR code do aplicativo do próprio banco.

Na hora do pagamento, o preço final é apresentado já com o valor do câmbio atualizado e o IOF da operação, de 0,38% –valor abaixo dos 6,38% do cartão de crédito.

“O pagamento através de Pix internacional é bastante rápido e eficiente. É bom para o brasileiro porque não tem a necessidade de fazer aquisição de moeda ou andar com dinheiro. Também não existe o custo do cartão de crédito. Acaba saindo mais em conta”, diz Luiz Citro, superintendente Comercial do Rendimento.

O banco pretende levar o Pix para França e Inglaterra ainda neste ano. Itália, Espanha e Panamá serão os próximos, mas ainda não têm data definida.

Como mostrou o Painel S.A., a norte-americana Finserv iniciou neste mês a operação com Pix na Argentina.

A PagBrasil também deve oferecer o serviço na Argentina, Uruguai e EUA.

“A PagBrasil quer estar onde o brasileiro está. Nesses países, a solução estará em pleno funcionamento na temporada de verão 2023/2024, com uma adesão significativa”, explica Alex Hoffmann, CEO da companhia.

Com Diego Felix

JULIO WIZIACK / Folhapress

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