BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula entrou em campo, pessoalmente, na disputa travada com a Eletrobras. Quer uma audiência com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Kássio Nunes, relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pela AGU (Advocacia-Geral da União) em que a União questiona a privatização da companhia.
Assessores do presidente já estavam pautados para desempenhar esse papel, mas Lula mudou de ideia e pediu que marcassem uma conversa.
Afirmam que o mandatário quer usar seu peso político para conseguir que o ministro conceda a liminar solicitada pela AGU o quanto antes.
Em evento ocorrido em Salvador (BA), Lula chamou a privatização da companhia de “sacanagem”.
“A Eletrobras foi privatizada, me parece que por R$ 36 bilhões. Para que o governante queria o dinheiro? Para pagar juro da dívida interna dele. Hoje, não temos [a] estatal e ainda estamos devendo muito”, disse.
No pedido ao STF, Lula pretende obter a suspensão de cláusulas da Lei de desestatização da Eletrobras para que a União possa votar com mais de 10% de suas ações em decisões importantes da companhia.
Com isso, a ideia do governo é, sozinho, eleger quatro representantes para o conselho de administração.
Se também for derrubada a restrição de formação de bloco entre acionistas, seria possível ter mais poder de decisão e, quem sabe, até o controle do conselho, órgão que define as diretrizes de gestão da companhia.
JULIO WIZIACK / Folhapress