NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – O banqueiro Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco, avalia a indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para a diretoria de política monetária do Banco Central como um perfil positivo e considera que a curta passagem do economista pelo cargo atual deve favorecer seu repertório.
“O Galípolo é um economista preparado e com grande vivência no mercado financeiro. Essa experiência que ele traz como secretário-executivo do ministério, entendendo os desafios da política fiscal muito poderá contribuir para a discussão da política monetária no Brasil”, afirma.
Apesar da avaliação de uma parte do mercado, que viu a indicação como um sinal de interferência política na autoridade monetária, Trabuco não diz ver preocupação. “Ele supera pela sua capacidade e vivência anterior. É um homem que reflete o que pensa na economia brasileira”, disse o banqueiro à Folha de S.Paulo.
Para Isaac Sidney, presidente da Febraban (federação dos bancos), tanto Galípolo quanto Ailton de Aquino Santos, indicado para comandar a área de fiscalização da autarquia, são profissionais qualificados.
“A indicação coloca um ponto final e vira a página dos ruídos sobre quais seriam os novos diretores do BC. Penso que, mais importante do que a indicação em si, um país ter bancos centrais com sua independência técnica deveria ser desejo de qualquer governo”, disse Sidney.
Em evento do Lide em Nova York nesta terça-feira (8), o presidente da Câmara, Arthur Lira, também comentou a definição para as vagas.
“Essas indicações sempre causam algum efeito. Não tenho dúvidas de que desempenhará, a partir do momento que tiver sua aprovação no Senado, um bom papel no BC, mas espero que demore um pouco essa análise do Senado, porque ele fará falta na economia. Ele faz um bom trabalho com o ministro Fernando Haddad e tem sido importante na interlocução com o Congresso na discussão dos temas em que estamos à beira de votações”, disse Lira.
JOANA CUNHA / Folhapress