Em meio a surto de sarna, médicos voluntários relatam a Novabrasil FM dificuldades para tratar refugiados afegãos

Afegãos no Aeroporto de Guarulhos (Reprodução/ Rovena Rosa/Ag. Brasil)
Afegãos no Aeroporto de Guarulhos (Reprodução/ Rovena Rosa/Ag. Brasil)

Há mais de uma semana, um surto de sarna afeta os refugiados afegãos que estão abrigados no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo. O primeiro caso foi identificado no dia 22 e pouco depois a doença altamente contagiosa se proliferou para o restante da população abrigada no saguão do aeroporto.

ONGs e médicos voluntários já denunciavam a falta de ajuda das autoridades públicas na resolução da emergência sanitária e do acolhimento dos afegãos, que chegam ao Brasil com visto humanitário, mas enfrentam dificuldades de abrigo e integração ao chegar no país.

A médica Aretusa Chediak Roquim, cardiologista e fundadora da Organização Não-governamental Além-Fronteiras, relatou a Novabrasil que os profissionais municipais estão dando comprimidos de ivermectina para os afegãos, mas, que isso não está sendo o suficiente para combater o avanço da doença. Ela detalha que a Sarna se espalha por causa das condições precárias de higiene pessoal em que os refugiados vivem no aeroporto.

São mais 160 afegãos abrigados, sendo que em pelo menos 26 deles foi detectada sarna. A doutora Aretusa explica que muitos dos que atendem os refugiados são integrantes de ONGs e associações e até civis comuns, que fazem o papel que deveria ser da administração pública.

Em nota, a prefeitura de Guarulhos afirmou que, desde que foi diagnosticado o primeiro caso, foi iniciada a distribuição de medicamentos orais por se tratar de uma doença altamente transmissível, além das condições precárias higiene, uma vez que não há local para banho. A Prefeitura acrescentou que as equipes de saúde do município continuam atuando para que não surjam novos casos. Afirmou também que todos os afegãos recebem três refeições diárias, além de água e cobertores.

A cidade de Guarulhos possui atualmente 177 vagas para acolhimento de migrantes e refugiados. Destas, 127 são geridas pela Prefeitura e 50 pelo Estado. Todas estão ocupadas. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social afirma que tenta, sem previsão, a abertura de novas vagas junto às esferas estadual e federal e instituições parceiras.

Confira a reportagem:

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