Poucos veículos têm uma trajetória tão icônica quanto a Kombi.
Criada para ser prática, ela virou símbolo de aventura, companheirismo e estilo de vida. No Brasil, foi muito além de um simples utilitário: virou caminhão, transporte escolar, ambulância, motorhome e até palco sobre rodas. Venha de carona com o AutoFoco para conhecer um pouco mais sobre esse icone que conquistou os brasileiros.

O nascimento da Kombi
A ideia da Kombi surgiu em 1947, quando o holandês Ben Pon, representante da Volkswagen na Holanda, visitou a fábrica da VW na Alemanha. Lá, ele viu um veículo improvisado, feito sobre a base do Fusca, utilizado para transporte interno de cargas. Inspirado, desenhou um esboço em seu caderno e levou a ideia adiante.
Em 1950, a Volkswagen lançou o modelo oficialmente, batizado de Volkswagen Type 2. O Type 1 era o Fusca.
A ideia era criar um carro robusto, com motor traseiro e tração traseira, capaz de transportar pessoas e cargas com a mesma eficiência.
O nome “Kombi” veio de Kombinationsfahrzeug — “veículo combinado” em alemão. A primeira versão tinha motor 1.1 litro e potência modesta, mas já era revolucionária no design e na funcionalidade.

Em 1950, a Volkswagen chegou ao Brasil, e já em 1953 começou a montar modelos em regime CKD (peças importadas). Mas foi em 2 de setembro de 1957 que saiu da fábrica de São Bernardo do Campo a primeira Kombi nacional — e ela se tornou o primeiro automóvel fabricado em série no Brasil.
Ao longo dos anos, a Kombi brasileira foi evoluindo:
- Em 1967, ganhou motor 1.5 e melhorou desempenho;
- Em 1975, passou a ter o famoso “motor 1600” de 60 cv, já mais robusto;
- Em 1981, veio a versão a álcool, alinhada ao incentivo do governo à produção nacional;
- Em 1997, ganhou injeção eletrônica;
- Em 2006, o lendário motor refrigerado a ar deu lugar ao motor 1.4 flex refrigerado a água, adaptando-se às novas exigências de emissões.
Linha do tempo da Kombi no Brasil
1957 – Primeira Kombi brasileira montada;
1961 – Produção de 100 mil unidades alcançada;
1975 – Reestilização com novo painel, faróis dianteiros maiores e motor 1600;
1981 – Primeira Kombi movida a álcool;
1997 – Injeção eletrônica;
2006 – Adeus ao motor a ar;
2013 – Fim da produção, com a série especial “Last Edition”, limitada a 1.200 unidades numeradas e hoje seu preço no mercado de carros clássicos pode ultrapassar R$ 250 mil.

Por que a Kombi virou ícone?
A fórmula do sucesso era simples: espaço interno generoso, mecânica confiável, baixo custo de manutenção e possibilidade de adaptação. A Kombi serviu de vitrine ambulante para empresas, virou carro de banda, transporte escolar, food truck, mini-loja sobre rodas e até veículo de expedições pelo mundo.
A Kombi no futuro: um ícone elétrico
A Volkswagen não deixou a Kombi morrer. Em 2022, lançou o ID.Buzz, uma releitura futurista e 100% elétrica do clássico. Mantém o espírito original: versatilidade, espaço e carisma — só que agora adaptada para o mundo moderno, conectada e sustentável.

Seja na praia, na estrada ou nas cidades, a Kombi marcou gerações. E cada um tem sua lembrança: viagens intermináveis em família, mudanças de casa, negócios que começaram sobre rodas, ou aquela primeira aventura na juventude.
Mais do que um carro, a Kombi é sinônimo de movimento, liberdade e carinho. É um pedaço da história automotiva — e também um pedaço da nossa história. siga nosso Instagram @autofocorp