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Calça-cagada

Participei da Feira do Livro de Birigui  no último sábado a convite da Editora Pindorama. O evento foi realizado no Instituto Federal, escola pública do município. Lá houve a palestra do presidente da Academia Biriguiense de Letras: Deidimar Alves Brissi, professor de Física (não é Educação Física) preocupado com a cultura e com as letras. Título: valorização da cultura caipira como ato decolonial.

Hélio Consolaro
Hélio Consolaro
Hélio Consolaro, professor, jornalista e escritor, 75 anos. Oito livros publicados. Membro da Academia Araçatubense de Letras, foi vereador e secretário municipal de Cultura por oito anos. Escreve o Blog do Consa.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Participei da Feira do Livro de Birigui  no último sábado a convite da Editora Pindorama. O evento foi realizado no Instituto Federal, escola pública do município. Lá houve a palestra do presidente da Academia Biriguiense de Letras: Deidimar Alves Brissi, professor de Física (não é Educação Física) preocupado com a cultura e com as letras. Título: valorização da cultura caipira como ato decolonial.

A cultura caipira está no contexto paulista, mas esparramou pelo Brasil pela chamada Paulistânia, região brasileira com influência de São Paulo. Deidimar chama de calça-cagada o sujeito sem personalidade, sujeito que veste a calça e fica com a cueca à mostra. Brasileiro carregado de vira-latismo, expressão inventada pelo escritor Nélson Rodrigues,  que valoriza mais as coisas estrangeiras em detrimento das nacionais: colonialismo herdado dos portugueses. 

Nomes de  produtos brasileiros com palavras estrangeiras, denominações de arranha-céus com nomes em inglês, como se fosse valorizar o produto é uma prática de marqueteiros coloniais.

No começo do século 20, final do 19, era modo a elite intelectual falar francês e viajar para Paris. Havia a matéria “francês” no currículo escolar no ginásio. Após a Segunda Guerra Mundial, com a hegemonia norte-americana, o inglês passou a ser tratado como uma língua universal.

Seguindo a tendência atual, o vira-latismo e a língua predominante mudará de parâmetro: será o mandarim (idioma chinês). Imitar os outros é nossa sina, não é mesmo, calça-cagada!

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Participei da Feira do Livro de Birigui  no último sábado a convite da Editora Pindorama. O evento foi realizado no Instituto Federal, escola pública do município. Lá houve a palestra do presidente da Academia Biriguiense de Letras: Deidimar Alves Brissi, professor de Física (não é Educação Física) preocupado com a cultura e com as letras.

O nome da palestra era galante, mas ele disse mil vezes “calça-cagada” cujo palavrão adotei como título dessa crônica. A palestra tinha como foco a cultura caipira, puxando para o nacionalismo: valorização da cultura caipira como ato decolonial.

A cultura caipira está no contexto paulista, mas esparramou pelo Brasil pela chamada Paulistânia, região brasileira com influência de São Paulo. Não estou falando da música, mas da cultura em geral, inclusive da literatura caipira.

Deidimar chama de calça-cagada o sujeito sem personalidade, sujeito que veste a calça e fica com a cueca à mostra. Brasileiro carregado de vira-latismo, expressão inventada pelo escritor Nélson Rodrigues,  que valoriza mais as coisas estrangeiras em detrimento das nacionais: colonialismo herdado dos portugueses. 

A cultura caipira está no contexto paulista, mas esparramou pelo Brasil pela chamada Paulistânia, região brasileira com influência de São Paulo. Foi criada espontaneamente pelo rastro dos bandeirantes. Não estou falando da música, mas da cultura em geral, inclusive da literatura.

Deidimar chama de calça-cagada o sujeito sem personalidade, sujeito que veste a calça e fica com a cueca à mostra. A exemplo do general Freire Gomes que disse uma coisa à Polícia Federal e outra ao STF.

Nomes de  produtos brasileiros com palavras estrangeiras, denominações de arranha-céus com nomes em inglês, como se fosse valorizar o produto é uma prática de marqueteiros. Quando trabalhei como orientador de língua portuguesa no departamento comercial da Folha da Região, agências de publicidades primavam pelo estrangeirismo nos anúncios. Esse pessoal pode ser chamado também de calça-cagada.  

No começo do século 20, final do 19, era modo a elite intelectual falar francês e viajar para Paris. Havia a matéria no currículo escolar no ginásio. Após a Segunda Guerra Mundial, com a hegemonia norte-americana o inglês passou a ser tratado como uma língua universal.

Seguindo a tendência atual, o vira-latismo e a língua predominante mudará de parâmetro: será o mandarim (idioma chinês). Imitar os outros é nossa sina, não é mesmo, calça-cagada!

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