“Não é perseguir quem pensa diferente”, diz interventor no DF

Diego Amorim
Diego Amorim
Diretor-executivo da Novabrasil FM na capital federal. Jornalista entre os 10 mais premiados da história de Brasília. Autor de ‘Filho de pandemia’.
02/02/2023-Solenidade de transmissão de cargo ao ministro Flávio Dino/Fot:Isaac Amorim/MJSP.

Em entrevista exclusiva à Novabrasil FM na manhã desta sexta-feira (20), o interventor federal na Secretaria de Segurança Pública do DF, Ricardo Cappelli, disse que Nelson Jobim fez um “alerta importante” ao defender que as reações aos ataques de 8 de janeiro devem “ocorrer com destreza, sem retaliação, para não fortalecer o extremismo”.

“O ministro Nelson Jobim é sempre uma referência para todos nós de equilíbrio, de ponderação. É um alerta importante que ele faz”, afirmou Cappelli.

Para o interventor, que também é secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, “não se pode generalizar”.

“Tenho insistido que tenho plena confiança na Polícia Militar, na Polícia Civil e no Corpo de Bombeiros. Houve problema? Claro que houve. Mas esse problema foi um problema de comando, na linha de comando.”

Cappelli acrescentou que “a atitude individual e reprovável de alguns” não pode levar a uma análise sobre instituições.

“Não se pode generalizar para as instituições, para a Polícia Militar ou o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Isso aí é um erro. É preciso equilíbrio, não se pode macular as imagens das instituições.”

O interventor disse que o grande desafio é “individualizar” a conduta das pessoas que depredaram os prédios públicos no último dia 8. E ponderou que a “linha de corte” não é a escolha política de cada um.

“O Brasil é um país livre, democrático. A linha de corte na condução do processo não é quem votou em A, B ou C ou quem está se manifestando. A linha de corte é quem está participando de uma conspiração e de atos que atentem contra o Estado Democrático de Direito. Não é perseguir quem pensa diferente, é perseguir quem quer solapar a democracia.”

Cappelli voltou a dizer que havia gente com “treinamento profissional” entre os invasores do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto.

Perguntado sobre se o Ministério da Justiça tinha conhecimento do risco potencial dos atos do dia 8, ele respondeu que sim, mas reforçou que a segurança em Brasília e na Esplanada é, pela Constituição, de responsabilidade do Governo do Distrito Federal.

“O Ministério da Justiça tinha informação de que poderiam acontecer distúrbios. Qual é a questão? Pela Constituição, quem faz a segurança dos poderes federais constituídos não é o governo federal. A responsabilidade é do governo do Distrito Federal. E nós recebemos informações do governador, de toda a equipe do governo, de que seria repetida no dia 8 a mesma segurança do dia da posse [de Lula], que foi exemplar. Não havia motivo para que a gente desconfiasse, naquele momento, da palavra que a gente recebia do Governo do Distrito Federal. Houve uma quebra de confiança, por isso foi decretada a intervenção federal.”

O interventor acrescentou que está sendo estudada a possibilidade de criação de uma Guarda Nacional, que seria responsável exclusivamente pela segurança dos prédios públicos em Brasília.

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