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Maus resultados na nova era Neymar levam o Santos ao mercado para evitar queda

Rebaixado em 2023, o Santos se vê novamente na luta contra o descenso no Campeonato Brasileiro. Enquanto os maus resultados se acumulam, o atleta que voltou neste ano com grande festa -atuou de 2009 a 2013 no time profissional alvinegro, com grandes conquistas-vai colecionando momentos de irritação

Foto: Marcello Zambrana/AGIF

Neymar se senta no gramado e cobre o rosto, após a vexatória goleada por 6 a 0 sofrida pelo Santos diante do Vasco, no domingo (17). Com os olhos marejados, recebe o consolo do técnico da equipe carioca, Fernando Diniz, antes de deixar o Morumbi.

Minutos depois, ele traduz em palavras o sentimento exposto nas imagens: “Foi uma merda. É uma vergonha fazer isso com a camisa do Santos”.

Rebaixado em 2023, o Santos se vê novamente na luta contra o descenso no Campeonato Brasileiro. Enquanto os maus resultados se acumulam, o atleta que voltou neste ano com grande festa -atuou de 2009 a 2013 no time profissional alvinegro, com grandes conquistas-vai colecionando momentos de irritação.

Em múltiplas ocasiões, envolveu-se em discussões com torcedores da arquibancada que questionavam seu desempenho. Disse, em uma delas, que, se estivesse prejudicando o time, seria o primeiro a “pegar as coisas e sair”.

A crise vai muito além do desempenho do jogador. E custou o emprego de Cleber Xavier, demitido logo depois da goleada, com menos de quatro meses de trabalho.

Dirigentes avaliavam que a aposta em Xavier era um risco calculado: um profissional qualificado como auxiliar, sempre como assistente de Tite, mas sem lastro como treinador principal. O salário de R$ 350 mil, com um gasto total de R$ 500 mil na comissão técnica, e a multa rescisória correspondente a três meses de contrato eram considerados fatores que, em caso de insucesso, tornavam a ruptura administrável.

Agora, o clube trabalha para ter um substituto ainda antes da partida contra o Bahia, no domingo (24). O nome preferido é Jorge Sampaoli. O entrave, contudo, são as exigências feitas pelo argentino.

O técnico faz juras de amor ao Santos, clube que dirigiu em 2019, mas impõe condições duras. Ele pede três reforços -um zagueiro, um volante e um atacante- todos em caráter de compra, o que representaria um gasto alto para o clube. Quer ainda um contrato de três anos e se mostra quase inflexível nas negociações. A isso se soma o altíssimo salário exigido.

Enquanto a diretoria não resolve quem conduzirá o time, Neymar é pressionado, após um primeiro semestre no qual enfrentou sucessivas lesões. Sua ausência ficou especialmente marcada na semifinal do Campeonato Paulista, perdida para o arquirrival Corinthians. Mesmo com ele em campo, também houve frustração com a queda precoce na Copa do Brasil, pelas mãos do CRB, na terceira fase do torneio.

Diante do vexame contra o Vasco, o diretor de futebol do clube, Alexandre Mattos, prometeu mudanças. “O Santos jamais vai admitir uma situação tão lamentável, a falta de intensidade, a falta de tudo, que acarretou nessa tragédia, vamos dizer assim”, disse. “Vamos analisar o mercado.”

Até a goleada, a diretoria presidida por Marcelo Teixeira não planejava reforçar o elenco. Era a presença mais constante do próprio Neymar que era tratada como o grande reforço do segundo semestre.

A direção do Santos passou a cobrar mais controle sobre a preparação do atleta. Durante o tratamento da lesão sofrida em abril, na coxa esquerda, exigiu que os cuidados fossem realizados por profissionais contratados pelo clube, não apenas os do próprio jogador, para que a comissão técnica pudesse acompanhar de perto sua dedicação.

Neymar tem sido pressionado a cuidar de maneira melhor do próprio corpo. Embora sua presença em festas e eventos não seja reprovada pela diretoria, há preocupação com a qualidade do sono, considerada essencial para a recuperação de atletas de alto nível.

A reportagem acompanhou sua participação em um torneio de pôquer organizado recentemente por um patrocinador. Nesse ambiente, Neymar atua sem pressão. Rodeado de amigos famosos e de pessoas dispostas a pagar R$ 25 mil para se sentar à mesa, vive um universo distante da cobrança que o acompanha no futebol.

Nos gramados, os sorrisos têm sido menos frequentes. Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, ele não estará em campo contra o Bahia, em Salvador, no domingo (24). Dessa forma, o vexame diante do Vasco foi sua última aparição antes da próxima convocação da seleção brasileira, marcada para segunda-feira (25), quando Carlo Ancelotti var anunciar a lista para os jogos contra Chile e Bolívia, pelas Eliminatórias.

Ausente na primeira convocação do italiano, o camisa 10 ainda não atuou sob seu comando. Pesquisa Datafolha de junho mostrava um país dividido: 48% dos brasileiros defendiam sua presença na Copa do Mundo de 2026, e 41% rejeitavam a ideia –a margem de erro era de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

De lá para cá, o craque pouco fez para ampliar a popularidade e reduzir a rejeição, cada vez mais visível na própria torcida do Santos.

No fim da goleada do último domingo, boa parte dos presentes no Morumbi virou as costas para o time, em sinal de protesto.

Com 21 pontos, a equipe alvinegra tem apenas dois de vantagem sobre o Vitória, o primeiro na zona de rebaixamento do Brasileiro.

LUCIANO TRINDADE E KLAUS RICHMOND / Folhapress

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