Conselho do Botafogo instaura processo que permite expulsão de Gérson Engrácia por gestão temerária

Parecer deve ser apresentado até 28 de outubro; presidente fala em "tribunal nazista"

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O Conselho Deliberativo do Botafogo Futebol Clube instaurou, em reunião realizada nesta terça-feira (15), um processo administrativo que pode levar à exclusão do ex-presidente Gérson Engrácia Garcia dos seus quadros. No requerimento, assinado por 20 conselheiros, o ex-presidente é acusado de gestão temerária por ter assinado contratos com a Botafogo Futebol SA sem o aval do Conselho. Procurado, Engrácia disse que ainda não foi notificado.

De acordo com Alfredo Cristovam do Carmo, presidente do Conselho, o procedimento será enviado ao Conselho Consultivo e ao Conselho de Ética. “Foi encaminhado aos outros poderes do clube e aguardamos os pareceres para determinarmos as medidas que serão tomadas”, informou. Entre as medidas possíveis estão a suspensão e a cassação como sócio conselheiro.

Alfredo informou ainda que o processo não tem prazo, mas que a tendência é que o parecer seja votado na próxima reunião do Conselho Deliberativo, que acontece no dia 26 de outubro. “Se o parecer for positivo, ele terá direito à ampla defesa, na qual ele poderá falar aos conselheiros, responder perguntar. O detalhe maior foi a assinatura sem os órgãos competentes do clube”, disse.

Outro lado

Procurado, Géson Engrácia informou que não comentaria o procedimento aberto contra ele no Conselho Deliberativo por desconhecê-lo, mas informou que acredita haver uma campanha orquestrada contra ele. “Parece um tribunal nazista, me dá essa impressão”, disse.

Engrácia ressaltou, entretanto, que não houve nenhuma irregularidade nos contratos assinados. “Fizemos um grande negócio para o Botafogo, e todos os contratos que eu assinei foram legais, assinados com o aval das instâncias necessárias do Botafogo”, detalhou.

Ele ressaltou, ainda, que não irá renunciar ao cargo de presidente da Botafogo Futebol SA. “Estou muito tranquilo, fiz o melhor pelo Botafogo. Podem me expulsar, mas nunca vão apagar a história, o que eu fiz enquanto presidente do Botafogo”, disse.

Contas

Durante a mesma reunião, o Conselho instituiu uma comissão, com três membros, para acompanhar os trabalhos do Conselho Fiscal, responsável por analisar as contas do clube referentes a 2018, quando o presidente era Gérson Engrácia. A intenção é que as contas sejam apreciadas no dia 28 de outubro.

Segundo Carlo Fellipini, um dos integrantes dessa comissão, o objetivo “acompanhar e ajudar, na medida do possível, a análise dos documentos”. “Vamos acompanhar os trabalhos. Não queremos rejeitar as contas sem motivo, mas temos que saber de houve alguma irregularidade”, informou.