O Conselho Deliberativo do Botafogo Futebol Clube irá deliberar, nesta segunda-feira (25), em reunião que se inicia às 19h30, sobre a contraproposta feita por uma comissão de conselheiros e que será entregue à Trexx Holding, empresa de Adalberto Baptista. A reportagem do Grupo Thathi apurou que, entre os pontos vetados pelo Botafogo Futebol Clube estão a perda de uma vaga no Conselho Administrativo da Botafogo Futebol SA (BFSA) e a cláusula que prevê juros de 1% ao mês, mais inflação, para pagamento dos aportes feitos pela Trexx no clube.
De acordo com a proposta feita pela Trexx, a empresa assumiria a maior parte das dívidas do BFC – em especial o Ato Trabalhista, o Refis e empréstimos feitos por Adalberto Baptista ao BFC que, juntos, totalizam perto de R$ 6,2 milhões. Como contrapartida, ficaria com as receitas das cativas e não faria mais o repasse de R$ 120 mil mensais para o clube como direito de uso de solo da arena. Esses pontos seguem inalterados na proposta.
A empresa exigia, porém, que mudança na composição do BFSA, sendo que o BFC perderia uma vaga na composição. Atualmente, esse Conselho é composto por três representantes do Botaogo FC, que detém 60% da empresa, e por dois indicados pela Trexx, que detém 40% do negócio. Há ainda dois conselheiros independentes, sendo que cada sócio indicaria um. Essa estrutura será mantida na proposta que irá ser deliberada hoje.
A tendência, segundo cinco conselheiros ouvidos pela reportagem sob condição de anonimato, é que a proposta seja aprovada. Ela passará pelas instâncias decisórias do clube e, depois, será enviada à Trexx, que deverá analisá-la. Não há prazo para que o eventual acordo seja concretizado.
Mais pontos
Outra cláusula vetada é a que estipula que o dinheiro investido por Adalberto Baptista seria remunerado com a inflação mais 1% de juros ao mês. Pela nova proposta, os valores serão acrescidos “apenas” da reposição inflacionária.
Outras divergências incluem a forma de composição do acordo e do eventual registro. Pela proposta de Adalberto Baptista, o novo acerto seria feito como uma extensão do acordo de intenções para a formação da BFSA e impediria qualquer discussão posterior dos contratos. O BFC quer que o acordo seja registrado como extensão do acordo de investidor, o que não inviabilizaria eventuais discussões do acordo na Justiça no futuro.
Outro lado
A reportagem procurou o Conselho Deliberativo do Botafogo, que não se pronunciou. A Trexx informou, anteriormente, que não comenta os acordos.