Em uma reunião quente, o Conselho Deliberativo do Botafogo decidiu rejeitar as contas do ex-presidente Gérson Engrácia Garcia referentes ao exercício de 2018 e escolher, por aclamação, o ex-presidente Virgílio Martins e o advogado Alexandre Bortolato como representantes do time no Conselho de Administração da empresa Botafogo Futebol SA (BFSA). Houve, ainda, pedido de cassação do registro de conselheiro de Garcia por gestão temerária e de Luiz Pereira, representante do Botafogo no Conselho da BFSA.
Botafogo e Trexx, empresa de Adalberto Baptista, o investidor da BFSA, são alvo de um polêmica envolvendo os contratos assinados entre o clube e a Botafogo Futebol SA. Gérson teria, na visão dos acusadores, agido contra os interesses do Botafogo.
Na reunião ordinária, marcada para 18h30, o tema foram as contas de Gérson, que acabaram rejeitadas. Agora, o ex-presidente terá que apresentar sua defesa ao Conselho. Houve ainda um pedido formal de exclusão de Engrácia dos quadros associativos do clube. A decisão deve sair nos próximos dias. Luiz Pereira, atual representante do Botafogo no Conselho de Administração da BFSA, também responde a processo de exclusão e deve se defender.
“Eles vão ter que apresentar a defesa, terão todo o direito de se defenderem, e ai vamos ver se o processo irá seguir e como será a situação”, disse Alfredo Cristovam, presidente do Conselho Deliberativo.
A reportagem do Grupo Thathi não conseguiu contato com Gérson e Luiz Pereira na noite desta segunda-feira. Engrácia informou, anteriormente, que não houve nenhuma irregularidade nos contratos assinados e que sua história dentro do Botafogo não será apagada. “Fizemos um grande negócio para o Botafogo, e todos os contratos que eu assinei foram legais, assinados com o aval das instâncias necessárias do Botafogo”, detalhou, em entrevista ao Portal Thathi.
Indicações
Na reunião extraordinária, marcada para 21h, disputam a indicação do Botafogo para o Conselho de Administração da BFSA os conselheiros Alexandre Bortolato, responsável jurídico pelo clube na gestão Gérson Engrácia; o ex-presidente do Conselho Adalberto Griffo e o ex-presidente do Botafogo Vírgilio Martins. Pressionado, entretanto, Griffo retirou a candidatura. Bortolato e Virgílio foram aclamados. O mandato dos eleitos vai até maio de 2021.
A indicação é uma vitória política do grupo ligado ao atual presidente, Dmitri Abreu, que está em pé de guerra contra o grupo liderado por Engrácia. A disputa é pelo comando da BFSA. Os dois candidatos eleitos tiveram o aval da atual diretoria.
Os dois candidatos eleitos, inclusive, prometem também acionar o Judiciário, se necessário, para discutir a parceria com a BFSA. “Por seis meses muitas pessoas buscaram interlocução, e é um trabalho improdutivo, não tem adiantado. Precisamos de transparência e o Botafogo vai ser o majoritário. Só conversar não resolve o problema. Vamos buscar a Justiça, se for necessário”, disse Bortolato.