Uma proposta de acordo, costurada em São Paulo, deve selar a paz no Botafogo. A proposta prevê a transferência de 9% das ações da Botafogo Futebol SA para o empresário Adalberto Baptista, por valor ainda a ser definido em avaliação de mercado. Além disso, haverá aporte da empresa de Baptista para pagamento de todas as dívidas do Botafogo Futebol Clube (BFC). O pagamento desse empréstimo será feito através do lucro da Botafogo Futebol SA, que será exclusivamente destinado ao empresário até a quitação dos débitos.
O acordo foi costurado por Virgílio Pires, Alexandre Bortolato e Carlo Filipini, que foram a São Paulo na semana passada e se encontraram com Adalberto Baptista. Agora, o acordo está sendo redigido pelos advogados de ambas as partes e deve ser enviado ao Conselho Deliberativo, para aprovação, nos próximos dias.
Caberia a Adalberto Baptista pagar as parcelas do Ato Trabalhista e do Reffis de tributos federais, além de honrar eventuais dívidas antigas do BFC. Com a medida, o Botafogo Futebol Clube ficará sem débitos.
O acordo, segundo apurado pela reportagem do Grupo Thathi, prevê também que o clube permaneceria com as receitas da Pantera Shop, das cativas e da escolinha do futebol, mas perderia o repasse de R$ 120 mil mensais feitos pala BFSA como uso de solo do Estádio Santa Cruz até que todas as dívidas assumidas por Baptista sejam pagas pelo clube. Até que isso ocorra, o Botafogo também não receberá qualquer dividendo da BFSA.
Conselho
Baptista também concordou que o BFC permaneça com três conselheiros no Conselho de Administração, contra dois da Trexx, empresa de Baptista, além de um conselheiro independente de cada lado. O Conselho Fiscal da BFSA será formado por dois indicados do BFC e um da Trexx.
Existe a possibilidade, ainda, de que a Pantera Shop seja comprada por Baptista em 2021. Se for o caso, haverá uma avaliação de mercado para levantar o valor do empreendimento e o dinheiro será abatido da dívida do BFC com a empresa de Baptista. Esse valor é estimado hoje na casa dos R$ 30 milhões, mas as contas devem passar por auditoria.
Vale dizer que todos os recursos aportados pela empresa de Baptista entrariam como antecipação de receita, sendo corrigidos pelos índices oficiais de inflação. Não haverá cobrança de juros, segundo apurado pelo Grupo Thathi.
Procurado, nem a BFSA nem representantes do BFC falaram oficialmente sobre o assunto.