SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os Estados Unidos anunciaram, nesta terça-feira (16), acusações contra vários chineses e russos por suposto roubo de segredos comerciais e violação de sanções, por tentarem exportar tecnologia sensível.
Entre os acusados está o ex-engenheiro de software da Apple Weibao Wang, 35, que supostamente roubou softwares da empresa sobre o desenvolvimento de carros autônomos. Weibao fugiu dos Estados Unidos para a China horas depois de sua casa ser revistada, em 2018.
Outro chinês, Xiangjiang Qiao, 39, conhecido como Joe Hansen, foi acusado de ter tentado fornecer ao Irã materiais usados na produção de armas de destruição em massa. Ele está foragido na China.
O ex-engenheiro da Apple residia anteriormente em Mountain View, na Califórnia, e foi contratado pela empresa em 2016, de acordo com uma acusação de abril divulgada nesta terça-feira (16).
Em 2017, ele aceitou um emprego nos Estados Unidos em uma empresa chinesa que trabalha no desenvolvimento de carros autônomos antes de se demitir da Apple, mas esperou cerca de quatro meses antes de informar a empresa sobre seu novo emprego, de acordo com a acusação.
Após seu último dia na Apple, a empresa descobriu que ele havia acessado grandes quantidades de dados privados nos dias anteriores à sua saída, disse o Departamento de Justiça. Alguns agentes federais revistaram sua casa em junho de 2018 e encontraram “grandes quantidades” de dados da Apple, acrescentou. Logo após a busca, ele embarcou em um avião com destino à China, disse o departamento.
Os esforços automotivos da Apple, conhecidos como Projeto Titan, têm ocorrido de forma oscilante desde 2014, quando a empresa começou a projetar um veículo a partir do zero. Um relatório de dezembro disse que a companhia havia adiado o lançamento planejado do carro para 2026, enquanto relatórios arquivados no Estado da Califórnia mostram que a Apple está testando veículos nas estradas do Estado norte-americano.
A Apple se recusou a comentar o caso.
Em outro caso relacionado à China, Liming Li, 64, foi preso por suposto roubo de tecnologia em duas empresas americanas nas quais trabalhou para fornecê-la a empresas chinesas, informaram funcionários americanos. A tecnologia avançada foi usada na fabricação de peças para submarinos nucleares e aeronaves militares.
“Permanecemos vigilantes na aplicação das leis dos Estados Unidos para interromper o fluxo de tecnologia sensível para nossos adversários estrangeiros”, ressaltou o subprocurador-geral Matthew Olsen ao tornar públicas as acusações.
Outros casos estão ligados ao desmantelamento de supostas redes que ajudaram os serviços de inteligência russos a obterem tecnologia militar e peças de aviões americanos, informaram funcionários dos Estados Unidos.
Foram apresentadas acusações contra um grego acusado de contrabandear tecnologia militar e de uso duplo (tanto civil quanto de defesa) para a Rússia, incluindo um equipamento sofisticado usado em testes de armas nucleares.
Nikolaos Bogonikolos, 59, foi detido na França e os Estados Unidos pediram a sua extradição, disse Breon Peace, promotor federal para o distrito leste de Nova York. Segundo ele, Bogonikolos, que dirigia a empresa Aratos Group, “conspirou com uma rede de empresas orquestradas pelos serviços de inteligência russos para adquirir de forma fraudulenta e, posteriormente, contrabandear tecnologias militares e de uso duplo de origem americana, a fim de ajudar os setores de defesa e segurança russos”.
Em outro caso ligado a Moscou, os russos Oleg Patsulya e Vasilii Besedin foram presos por tentarem exportar ilegalmente peças de aeronaves civis dos Estados Unidos, informaram funcionários americanos.
Redação / Folhapress