RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Tallulah Willis, 29, filha de Bruce Willis, em entrevista à Vogue:
Descoberta do diagnóstico do astro de cinema. Minha família anunciou no início de 2022 que Bruce sofria de afasia, uma incapacidade de falar ou entender a fala. E soubemos no início deste ano que esse sintoma é uma característica da demência frontotemporal, um distúrbio neurológico progressivo que destrói sua cognição e comportamento no dia a dia. Mas eu sabia que algo estava errado há muito tempo.”
Filha do ator cita clássico filme de Bruce como fator na perda de audição. “Tudo começou com uma espécie de indiferença vaga, que a família atribuiu à perda auditiva de Hollywood: ‘Fale alto! ‘Duro de Matar’ mexeu com a audição do papai.”
Ela acreditou por um tempo que a condição do pai era, na verdade, falta de interesse nela. “Mais tarde, essa falta de resposta aumentou e, às vezes, eu levava para o lado pessoal. Ele teve dois filhos com minha madrasta, Emma Heming Willis, e achei que ele havia perdido o interesse por mim. Embora isso não pudesse estar mais longe da verdade, meu cérebro adolescente se torturava com alguma matemática defeituosa: não sou bonita o suficiente para minha mãe, não sou interessante o suficiente para meu pai.”
Tallulah enfrentou a disformia corporal e anorexia enquanto o pai começava a sua luta. “Admito que enfrentei o declínio de Bruce nos últimos anos com uma parcela de evitação e negação da qual não me orgulho. A verdade é que eu também estava muito doente para lidar com isso”, disse ela.
A filha de Bruce também enfrentou uma depressão. “Nos últimos quatro anos, sofri de anorexia nervosa, sobre a qual reluto em falar porque, depois de ficar sóbria aos 20 anos, restringir a alimentação parecia o último vício que consegui manter. Quando eu tinha 25 anos, fui internada em um centro de tratamento residencial em Malibu [Califórnia, nos Estados Unidos] para tratar da depressão com a qual convivi durante a adolescência”, afirmou.
Em seguida, ela continuou e disse: “Também fui diagnosticada com TDAH e comecei a tomar medicamentos estimulantes, o que foi transformador”. Em junho do ano passado, ela também contou que foi diagnosticada com Transtorno de Personalidade Borderline, logo após o seu então noivo a abandonar e ela ser internada em uma clínica.
Relação atual com o pai: “Toda vez que vou à casa do meu pai, tiro toneladas de fotos – de tudo o que vejo, do estado das coisas. Sou como uma arqueóloga, procurando tesouros em coisas às quais nunca prestei muita atenção. Tenho todas as mensagens de voz dele salvas em um disco rígido. Acho que estou tentando documentar, construir um registro para o dia em que ele não estiver lá para me lembrar dele e de nós.”
Em seguida, ela diz que a demênica não afetou a mobilidade do pai. “Hoje em dia, meu pai pode ser encontrado com segurança no primeiro andar da casa, em algum lugar no grande plano aberto da cozinha-sala de jantar ou em seu escritório. Felizmente, a demência não afetou sua mobilidade.
Tallulah faz desabafo sobre reconhecer o pai no atual de estado de saúde. “Ele ainda sabe quem eu sou e se ilumina quando entro na sala. (Ele pode sempre saber quem eu sou, mais ou menos um dia ruim ocasional. Uma diferença entre demência frontotemporal e a demência do Alzheimer é que, pelo menos no início da doença, o primeiro é caracterizado por déficits motores e de linguagem, enquanto o último apresenta mais perda de memória)”, explicou ela. “Continuo oscilando entre o presente e o passado quando falo sobre Bruce: ele é, ele era, ele é, ele era. Isso porque tenho esperanças para meu pai que reluto em abrir mão”, desabafou.
Redação / Folhapress