SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ana Julia de Grammont falou pela primeira vez sobre a morte da mãe, Helena de Grammont. A jornalista morreu nesta quinta-feira (27), em São Paulo, aos 74 anos.
A também jornalista homenageou Helena nas redes sociais, compartilhando com os seguidores uma foto antiga ao lado da repórter.
“Sempre tive medo desse dia. Imaginei muitas vezes como seria. Como receberia a notícia da sua passagem”, escreveu.
Na sequência, Ana Julia falou sobre como as pessoas não são preparadas para a dor causada pela morte de um ente querido.
“Não, a vida nunca prepara a gente para a morte, mesmo sendo a única certeza que temos. A vida não prepara a gente para perder quem nos trouxe para ela. A morte machuca, arranca parte da gente e não devolve mais. Leva para sempre, se apropria e reafirma sua soberania. A dor invade, toma conta do corpo, da alma, do coração todinho. Nesse processo doloroso, me resta aceitar, caminhar e seguir tropeçando nos pedaços que ficam.”
“Eu respeito a sua partida, minha rainha. Respeito a sua libertação, o seu desejo de voar. O seu merecimento em receber o abraço de Deus, o amor do meu pai, o carinho dos seus irmãos, o beijo da sua mãe. Respeito o seu direito de tocar o mundo com a força e a firmeza de quem nasceu para ser Helena”, continuou.
Além disso, ela lamentou os momentos que não pôde viver ao lado da mãe. Segundo o Jornal Hoje (Globo), a jornalista foi diagnosticada com Alzheimer precoce, aos 58 anos.
“Mas hoje eu choro, Choro tudo o que não pude viver com você. Choro as memórias que se perderam, as lembranças que se apagaram. Choro pelas conversas que não tivemos, pelos conselhos que não recebi, pelos olhares de cumplicidade que ficaram perdidos no tempo. Choro pedindo o seu colo, o único lugar que, para mim, será sempre um pedaço do céu.”
“Voa, meu amor. Dance, cante e reencontre a leveza do viver. O tempo da delicadeza esta pronto para você”, concluiu.
Redação / Folhapress